Os 10 mil anos de legado de produção de milho do México está sendo destruído após apenas 10 anos de regras distorcidas de "livre comércio" com os Estados Unidos, divulgou ontem a agência internacional de notícias Oxfam.
Em um novo relatório chamado "Dumping Without Borders", publicado ontem, a Oxfam diz que os preços do milho mexicano estão em queda livre por causa da competição com as pesadamente subsidiadas importações dos EUA.
Lucro menor
A redução dos lucros dos produtores locais gera miséria e sofrimento no meio rural, do qual milhões de pessoas procuram escapar. "A crise do milho mexicano é outro exemplo de regras do comércio mundial que são distorcidas para ajudar os ricos e poderosos, enquanto destroem os meios de subsistência de milhões de pessoas pobres", disse o diretor da Oxfam Campaigns, Phil Twyford.
Os EUA pagam US$ 10 bilhões por ano para seus produtores de milho, estimulando-os a produzirem um excedente que depois é vendido nos mercados mundiais a preços artificialmente baixos. Novos cálculos da Oxfam mostram que o milho norte-americano é vendido no México entre US$ 105 milhões e US$ 145 milhões ao ano menos do que o custo de produção.
A britânica Oxfam informa que os sucessivos governos mexicanos devem partilhar a culpa pela crise rural. O seu agravamento tem forte impacto sobre as condições de vida de 3 milhões de produtores de milho mexicanos. Os países pobres devem ter o direito de proteger os mais fracos e os ricos precisam parar de subsidiar suas exportações agrícolas.