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Otimismo na exportação de suínos

O maior comprador de carne suína do Brasil, a Rússia, adquiriu 23.350 toneladas em julho


Os primeiros resultados do reconhecimento de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), em maio deste ano, começam a aparecer. Ainda são passos iniciais, reconhece Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), mas também promissores. E podem ajudar a reduzir a dependência do Brasil do mercado russo.

O Japão, país que importa 1 milhão de toneladas de carne suína por ano, vai enviar uma missão a Santa Catarina em novembro para vistoriar a produção de suínos no Estado. O país está em busca de novos fornecedores, pois hoje compra dos Estados Unidos e da União Européia, onde a demanda interna por carne suína também é forte.

Já o México, que acaba de receber a visita de uma missão do governo brasileiro, enviará representantes ao Brasil em outubro. Segundo Camargo Neto, a solicitação aos mexicanos, assim como aos EUA e ao Canadá, é a abertura do mercado após análise de risco da produção em Santa Catarina. "O México é um mercado que importa 500 mil toneladas de carne suína por ano", diz, admitindo que o acesso àquele mercado não deve ocorrer no curto prazo.

Ele conta que a União Européia também deve mandar missão para avaliar a produção de suínos em Santa Catarina, mas ainda não há data definida. Abrir o bloco seria importante, afirma, pois funcionaria como uma "chancela" para a carne suína de Santa Catarina entrar em outros mercados, afirma.

O mercado que parece mais próximo do Brasil é o do Chile. De acordo com o presidente da Abipecs, a alegação do país para não comprar carne suína era a vacinação contra a aftosa, mas agora Santa Catarina foi reconhecida como livre da doença sem vacinação. "Agora caiu a desculpa", afirma. Ele diz que a indústria de embutidos chilena tem interesse em comprar do Brasil. No dia 31, haverá uma reunião entre representantes dos dois países para discutir o tema.

Camargo Neto, que participou nesta quarta-feira (08-08) em Brasília, de reunião entre o ministro Reinhold Stephanes, e o governador catarinense Luís Henrique para tratar do envio de uma missão técnica da UE ao Estado, diz estar otimista com as possibilidades abertas para Santa Catarina. "Se conseguirmos ampliar as vendas em 50 mil toneladas, já se altera a formação de preços, enxuga o que está sobrando no mercado", afirma. No melhor ano para as exportações de carne suína, 2005, o Brasil vendeu 600 mil toneladas.

Também ontem em Brasília, governo e iniciativa privada pediram ao representante chinês no Brasil que a venda de carne suína à China entre na pauta em reunião em setembro. O país asiático enfrenta problemas sanitários na produção de suínos (a doença da orelha azul) e já vê restrições na oferta e alta de preços.

Para este ano, segundo o presidente da Abipecs, a previsão é alcançar os volumes de 2005. Nos primeiros seis meses foram 326.527 toneladas, 30% mais que em igual período de 2006. Em receitas, as exportações subiram 30,32%, alcançando US$ 637,422 milhões, segundo a Abipecs.

Considerando apenas julho, os embarques somaram 45,5 mil toneladas, 10,6% menos que no mês anterior, mas 15,52% acima de julho de 2006. A receita no período foi de US$ 88,7 milhões, 12,2% de alta. O maior comprador de carne suína do Brasil, a Rússia, adquiriu 23.350 toneladas em julho, 11,7% mais que no mesmo mês de 2006.

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