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País deve investir, até 2016, US$ 13 bi no setor de adubos

A estimativa se baseia em orçamento e projetos de empresas como Vale e Petrobras


Brasil importa cerca de 70% do que consome. Cooperativas utilizam importações para fugir dos altos preços e pressioná-los para baixo no mercado nacional

O Brasil irá investir US$ 13 bilhões na extração de nitrogênio, fósforo e potássio, os chamados macronutrientes primários, e na produção de fertilizantes com formulações NPK ao longo dos próximos cinco anos. A estimativa é do diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), David Roquetti Filho, com base em informações de mineradoras e indústrias químicas.


Nos últimos cinco anos, o País importou, em média, 70% dos insumos de fertilização que consumiu. Em 2011, distribuiu 26,5 milhões de toneladas até novembro - o volume pode chegar a 28 milhões de toneladas com a inclusão do mês de dezembro na conta, feita pela RC Consultores.

"A mineração tem grande participação na produção de fertilizantes, principalmente em fósforo e potássio, já que o nitrogênio vem do gás", observou Roquetti. De acordo com ele, a Vale e a Petrobrás respondem pela maior parte dos investimentos previstos até 2016.

O Brasil é o quarto maior consumidor de adubos no mundo, utilizando 6% da oferta global. No topo do ranking, China, Índia e Estados Unidos, nesta ordem, consomem 62% do total. O investimento internacional em fertilizantes deve totalizar US$ 87 bilhões nos próximos cinco anos.

"Os fertilizantes mais usados no campo são aqueles formulados através da mistura dos três macronutrientes primários - nitrogênio, fósforo e potássio -, ou seja, as denominadas formulações NPK", explicou Roquetti.

No ano passado, o Brasil importou montantes equivalentes a 78% do nitrogênio, a 49% do fósforo e a 91% do potássio que consumiu. Com a realização dos investimentos e o subsequente crescimento da produção nacional, os percentuais devem cair, em meia década, para 32%, 12% e 87%, respectivamente.

Importações continuam

Porém, na contramão dos investimentos, produtores optam por trazer fertilizantes de outros países, porque os preços praticados no mercado interno não são competitivos. Ao importar os insumos, agricultores brasileiros pretendem, além de pagar menos, provocar uma redução de preço nos adubos produzidos no País.


"A ideia é aumentar aos poucos o consumo externo. O nível de importações é um regulador de preços para o mercado interno, no qual ainda não dá para comprar tudo", disse o diretor-executivo da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro), Ivan Ramos.

A Fecoagro reúne 11 cooperativas (80% do contingente estadual) e consome 300 mil toneladas de adubo por ano (cerca de metade do total consumido pela agropecuária catarinense). A federação gasta US$ 60 milhões para importar 120 mil toneladas de macronutrientes primários, que são processados na cidade de São Francisco do Sul.

"O uso de tecnologia no campo vem aumentando ano a ano. O uso de fertilizantes cresce na medida em que aumenta a produtividade", afirmou Ramos. Há três anos, as cooperativas catarinenses consumiam 220 mil toneladas; neste ano, devem consumir de 320 a 330 mil. A ureia nitrogenada representa 60% do volume, enquanto o restante são fórmulas com base de NPK.

Preços estáveis

No ano de 2008, quando as finanças globais começaram a derreter, houve um aumento expressivo no valor dos fertilizantes no mundo. De lá pra cá, no entanto, o preço já recuou aproximadamente 50%, de acordo com o diretor-executivo da Fecoagro.

"Em 2011, houve um aumento de preços não muito significativo. O ano começou com preços baixos, houve uma reação de alta no meio e depois continuou abaixo dos valores de 2008 e 2009", analisou Ramos.

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