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País do etanol não pode recuar assim, diz CBIE sobre carro a diesel

Especialista em energia na Câmara Setorial do Mapa não acreditar no avanço do PL 1.103/11 diante do tamanho do retrocesso mundial e nacional que isto representará à sociedade


O ex-assessor da Agência Nacional do Petróleo e professor da UFRJ, Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura de Energia (CBIE), falou sobre os desafios energéticos do Brasil durante a 34º reunião da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, do Ministério de Agricultura (Mapa). Na ocasião, questionado pelo presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Alexandre Andrade Lima, o especialista em energia criticou o Projeto de Lei (PL) 1.013/2011, que libera a fabricação e a venda de carros de passeio a diesel no Brasil.

Enfaticamente, falou aos membros da Câmara, representantes de 47 órgãos públicos e entidades da cadeia produtiva sucroenergética, que é contrário ao PL e não crer no seu avanço, tamanho é o seu retrocesso para o planeta e para o País do etanol - combustível limpo. Ele também defendeu a criação de uma Cide ambiental no Brasil sobre os combustíveis, calculado a partir do nível de poluição de cada um.
 
"O mundo inteiro, com destaque à Europa e aos EUA, está enfrentando essa questão, com a proibição e limitações a carros de passeio a diesel. É, portanto, ainda mais inconcebível o Brasil, que é o país do etanol, um combustível renovável e sustentável, retroceder dessa forma ao permitir a ampliação dessa tecnologia a diesel, que é bastante poluente, na frota nacional de carros de passeio, como visa este PL", disse Pires.
 
O representante da CBIE também foi enfático a defender a criação de uma Cide com critérios ambientais no país, como já acontece em alguns países, não somente o imposto pelo imposto. "O índice percentual da Cide deve ser aplicado mediante a taxa poluente de cada combustível. Portanto, deve aplicado sobre a gasolina, bem como ainda mais sobre o diesel que é mais poluente", explicou Pires.
 
O presidente da Feplana aproveitou para destacar a multa de 15 bilhões que o governo norte-americano acordou para a montadora alemã Wolksvagem por mascarar os testes de emissões de poluentes de veículos a diesel. A montadora, que acumula problemas similares em outros vários países, vem sofrendo reveses por ter fraudado os testes de emissões de poluentes de veículos a diesel ao incorporar um software nos carros que mascarava, por exemplo, as emissões até 40 vezes maiores que os limites permitidos nas leis dos EUA.
 
Andrade Lima aproveitou para frisar que nada pode justificar o aumento deste combustível poluente em detrimento ao renovável, ainda mais no  Brasil, que é pioneiro e exemplo mundial na superação dos desafios no uso da bioenergia da cana, sendo do etanol combustível ou a geração eletricidade. Ele lembrou que o setor sucroenergético brasileiro tem uma cadeia produtiva complexa e com altos benefícios ambientais, socioeconômicos para a população. Tem um parque tecnológico sofisticado, que vai do plantio à fabricação dos produtos (álcool, açúcar e energia), sem contar com a sofisticação do motor flex (gasolina e etanol).

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