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Países da OMC querem negociações sobre agricultura multilaterais

Os países da OMC querem que as negociações sobre agricultura da Rodada de Doha sejam realizadas o mais rápido possível


Os países da Organização Mundial do Comércio (OMC) querem que as negociações sobre agricultura da Rodada de Doha sejam realizadas o mais rápido possível e pelo processo multilateral, não entre pequenos grupos, disseram nesta sexta-feira (23-02) fontes diplomáticas.

O presidente do Comitê de Agricultura da OMC, o embaixador neozelandês Crawford Falconer, disse nesta sexta-feira aos representantes dos países que "o centro de gravidade" voltará a ser o processo multilateral durante as próximas semanas, informaram as mesmas fontes.

O comitê de negociação se reuniu nesta sexta-feira, em Genebra, em caráter informal e pela segunda vez este ano sob a Presidência de Falconer, que disse à imprensa que nas próximas semanas "tentará" elaborar um documento refletindo os movimentos ocorridos nesse capítulo da negociação desde maio de 2006.

As conversas da Rodada de Doha foram iniciadas há algumas semanas após a brusca interrupção de julho de 2006, quando as grandes potências comerciais (EUA, União Européia, Brasil, Índia, Japão e Austrália) esbarraram na questão da agricultura, e não conseguiram chegar a um acordo sobre os números a serem aplicados à redução das tarifas agrícolas e industriais.

Agora, após o apoio dos 150 membros para retomar o processo e tentar fazer com que a Rodada de Doha tenha um final bem-sucedido, os países esperam que as negociações em andamento levem a avanços que permitam aproximar posições.

"Alguns membros confirmaram que fizeram reuniões bilaterais e plurilaterais (em grupos pequenos), mas também disseram que, mais que negociando, ainda estão explorando idéias", disse Falconer.

Outras fontes diplomáticas informaram que "já é hora de deixar de explorar e de passar a negociar" sobre os principais pontos da discussão.

Até o momento, Falconer teve duas conversas com um pequeno número de delegações para tratar dos complexos assuntos da redução dos subsídios internos agrícolas e sobre produtos sensíveis.

Segundo as fontes, o diplomata neozelandês disse também que, embora os países estejam conscientes de que a situação requer consultas fora do processo multilateral, "isso também causa ansiedade".

Ao retomar as negociações este ano, os países decidiram fazer isso de uma forma mais inclusiva e ampla, já que a fórmula anterior de reuniões por grupos pequenos tinha fracassado.

Falconer ressaltou depois à imprensa a importância do processo multilateral, e rejeitou a idéia de que, se um pequeno grupo de países chegar a um acordo, isso significa que o êxito foi possível.

"O êxito depende de uma decisão multilateral, e o fracasso também", disse o presidente do Comitê de Agricultura da OMC. Os representantes da União Européia (UE), Brasil, Índia, EUA e Japão reconheceram que tiveram algumas reuniões bilaterais.

Outros países, como Cuba e China, pediram que o processo fosse mais multilateral do que até agora. O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, que nesta semana viajou para a Indonésia, reconheceu neste país que os EUA, a UE e a Índia aproximaram posições, mas que ainda há grandes obstáculos.

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