Os ministros da Agricultura da União Européia (UE) chegaram nesta quinta-feira (25-06), em Luxemburgo, a um acordo para reformar a Política Agrícola Comum (PAC), anunciou o ministro grego, Georgios Drys, cujo país exerce a presidência da UE. A reforma vai reorientar a partir de 2005 os atuais subsídios, que chegam a quase 45 bilhões de euros anuais, cerca de metade do orçamento total, para uma agricultura de maior qualidade e com mais respeito em relação ao meio ambiente, em detrimento da agricultura intensiva.
"É uma decisão histórica para o futuro da agricultura e dos agricultores europeus, que reforça a posição da UE nas difíceis negociações" na Organização Mundial do Comércio (OMC) de setembro em Cancun (México), declarou o ministro. A decisão foi tomada "por uma ampla maioria" com base em uma proposta de compromisso apresentada pela Comissão Européia e pela presidência da UE, a qual apenas Portugal fez objeções.
Para o delegado europeu da Agricultura, Franz Fischler, a reforma supõe "o começo de uma nova era" que fará que a PAC "mude de maneira fundamental" e enviará "uma mensagem muito clara ao restante do mundo". A reforma vai reorientar em parte a ajuda dirigida a incitar a produção para promoção do desenvolvimento rural, cuidando da qualidade dos cultivos e do meio ambiente, e também vai baixar os preços de intervenção dos laticínios, que a UE sustenta.
Os preços de intervenção para os cereais não serão reduzidos pela oposição manifesta da França e Espanha, principalmente. O ministro francês da Agricultura, Hervé Gaymard, comemorou o acordo, garantindo que "satisfez a França (....) levando-se em conta a diversidade de interesses e a rigidez das propostas iniciais e de alguns dos países membros".