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Pandemia derruba agroindústria em 16,5%, diz FGV

Até mesmo o segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas teve queda na sua produção


Foto: Pixabay

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus fizeram com que a produção da agroindústria brasileira recuasse em 16,5% no mês de abril, em comparação com o mesmo mês no ano anterior, informou Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o relatório, o mês de abril foi marcado por uma restrição mais intensa na circulação das pessoas, com efeitos no funcionamento de diversos setores econômicos no Brasil. 

Nesse cenário, o desempenho da Agroindústria foi puxado para baixo principalmente pelo segmento de Produtos Não-Alimentícios, que contraiu em 27,4% em variação interanual. No entanto, em abril, até mesmo o segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas teve queda na sua produção, que foi de -5,8%. 

“Dentro de Produtos Não-Alimentícios, merece destaque a forte retração do setor de Produtos Têxteis, que registrou queda de 62,7% (em relação a abril/2019), a maior de toda a série histórica para essa base de comparação. Além disso, praticamente todos os demais setores pertencentes ao segmento de Produtos Não-Alimentícios apresentaram contração, sendo que os que se destacaram, devido à sua representatividade na Agroindústria ou à magnitude da contração, foram: Produtos Florestais (-6,0%) e Insumos Agropecuários (-1,5%)”, diz o relatório da FGV. 

Além disso, entre os setores que compõem o segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas, foram observadas dinâmicas distintas. Enquanto Produtos Alimentícios conseguiram aumentar sua produção em 6,0%, o setor de Bebidas registrou forte queda (-50,7%). 

“É importante ressaltar que os dados de Produtos Alimentícios, possivelmente, refletem o chamado ‘efeito substituição’, ocasionado pela redução (ou expectativa de redução) da renda no curto prazo. Assim, é possível notar uma queda da produção de produtos com maior valor agregado (como a carne bovina - embora nesse caso, também vale destacar o menor volume de abate ao longo do 1º trimestre), e aumento da produção de carnes mais acessíveis (como carnes de aves e suínas). Além disso, é possível observar uma retração da produção de laticínios (alimentos mais perecíveis e de maior valor agregado), ao mesmo tempo em que a produção de arroz e açúcar (bens básicos, não perecíveis e de baixo valor agregado) registraram forte expansão”, conclui. 

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