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Pão de Açúcar lança sistema para rastrear produtos

De posse da senha presente na embalagem do produto, o consumidor poderá, no endereço eletrônico, conferir a segurança alimentar e conhecer o caminho percorrido por frutas, legumes e verduras do produtor até as prateleiras das lojas


O Grupo Pão de Açúcar apresentou, em São Paulo, a nova etapa do seu programa Qualidade desde a Origem, que incorpora, a partir de agora, o site www.qualidadedesdeaorigem.com.br . De posse da senha presente na embalagem do produto, o consumidor poderá, no endereço eletrônico, conferir a segurança alimentar e conhecer o caminho percorrido por frutas, legumes e verduras do produtor até as prateleiras das lojas das redes Pão de Açúcar, Extra, Extra Perto, Extra Fácil, CompreBem, Sendas e Assai.

Durante o evento de lançamento, foi assinado um acordo de cooperação envolvendo o Grupo Pão de Açúcar, a Associação Brasileira de Supermercados e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de desenvolver um programa de rastreabilidade que possa ser repassado a todos os supermercados do País.

Transparência - No programa desenvolvido pelo grupo, o produtor lança via Internet todas as informações referentes à produção, como o tipo de defensivo usado, o período da colheita, a origem da água usada na irrigação, entre outros. Paralelamente, são realizadas, periodicamente, análises microbiológicas e de resíduos (presença de agrotóxicos nos produtos). Só neste ano serão entre 600 e 700 análises. As informações, repassadas para o site, ficam disponíveis para cliente, produtor e Anvisa.

O custo do processo é partilhado entre o grupo e seus fornecedores. O impacto no preço final ao consumidor fica entre 2% e 3%, porcentuais considerados baixos pela rede, se comparados às inúmeras vantagens oferecidas a todos os participantes. "Para se ter uma idéia, com o programa já reduzimos em 60% a devolução de produtos", afirma o diretor Comercial de Frutas, Legumes e Verduras, Leonardo Miyao. "Agora, o risco de um produtor do Rio Grande do Norte colocar uma carga de melão em um caminhão, enviá-la para São Paulo e vê-la rejeitada é praticamente nulo", observa Miyao.

Investimento - De acordo com o representante do grupo, foram investidos mais de R$ 3 milhões no programa. "O trabalho com os mais de 750 fornecedores foi facilitado pelo fato de que 70% das nossas compras já são feitas diretamente e, há muitos anos, estabelecemos uma ficha técnica para os produtos adquiridos tanto no País quanto de produtores de outros oito países com quem mantemos negócios", diz Miyao.

Além da ficha técnica, a implantação do projeto foi facilitada pela prática de manejo dos fornecedores, considerada muito boa pela rede, e pelo fato de o projeto não conter uma política punitiva. "Pensamos no programa como um processo em desenvolvimento. Se, por exemplo, for constatado porcentual acima do permitido de agrotóxico em uma produção X, o produtor vai receber a informação e a crítica on line e terá de se ajustar."

Segundo Miyao, os produtos do programa serão exportados e colocadas nas lojas da rede Cassino espalhadas pelo mundo. O próximo passo do grupo vai ser estabelecer um sistema de rastreabilidade para peixes.

O vice-presidente-executivo do grupo, Hugo Bethlem, elogiou o programa e afirmou existirem três razões para se investir em sustentabilidade. "Se investe porque é lei, porque vai virar lei ou porque se acredita no processo", disse. "Hoje, estamos muito orgulhosos por avançar em mais uma etapa do programa. O lançamento do site reflete nossa transparência em toda a cadeia, especialmente o compromisso com os nossos clientes. Esse compromisso e o espírito de colaboração resultante do projeto marcam uma nova etapa na agricultura brasileira."

Personalização - Uma das intenções do programa é a de que, de posse das informações sobre produto e produtor, o consumidor personalize o item adquirido como genérico nas lojas. Para Bethlem, a oferta de produtos confiáveis fará com que muitos consumidores migrem para as lojas do grupo.

O presidente da Anvisa, presente ao encontro, Dirceu Raposo, elogiou a iniciativa e lamentou que ela ainda encontre resistências em alguns setores. Segundo Raposo, há mais de dois anos a agência vem discutindo a necessidade de um sistema de rastreabilidade dos medicamentos no Brasil e fora dele e encontra resistências da indústria farmacêutica, "a segunda ou terceira em importância do planeta".

O presidente da Abras, Sussumu Honda, lembrou que o projeto torna o Pão de Açúcar pioneiro no setor. Ele ressaltou a importância do desenvolvimento de um programa com a Anvisa para ser implementado pelos supermercados em todo o País. Honda disse que o mercado está cada vez mais exigente. "Só vamos ser grandes exportadores, quando o mercado interno reconhecer a excelência dos nossos produtos. Não podemos ter dois mercados", concluiu.

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