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Papel e celulose aceleram para somar vendas de R$ 37 bilhões

Confiante que vai faturar R$ 37 bilhões, o setor de papel e celulose teve crescimento de 23% em relação a 2006


O setor de papel e celulose trabalha a todo vapor, confiante em que vai faturar R$ 37 bilhões em 2007, com crescimento de 23% em relação a 2006. Além do aquecimento do mercado interno, há boas notícias também no externo: em celulose, as cotações em alta, com problemas na produção da Europa e da China, impulsionam os negócios e em papel, a esperança é aumentar a exportação aos Estados Unidos e à China.

A Aracruz, que já apresentou seu resultado do segundo trimestre, teve lucro líquido de R$ 318,5 milhões, 38% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. A Suzano Papel e Celulose teve crescimento de 25% no primeiro trimestre e a VCP (Votorantim Papel e Celulose) teve elevação de 9% no período.

As notícias positivas trazem ânimo também aos fabricantes de equipamentos para o setor. A Voith Paper do Brasil, controlada pelo grupo alemão Voith, que atua na área de equipamentos para esse segmento, reduz as exportações de seu produto e aumenta o fornecimento para o mercado interno. As vendas externas representavam 60% dos negócios da companhia há dois anos e este ano deverão reduzir esse peso para 20%.

Mercados na mira

O entusiasmo do setor é acentuado porque para o terceiro e o quarto trimestre a perspectiva é ainda mais otimista. Tradicionalmente, a segunda metade do ano é um período sazonalmente mais forte para o setor.

O cenário de celulose de mercado continua positivo, com embarques até maio ultrapassando os níveis de 2006, segundo o relatório World-19 do Conselho de Produtos de Papel e Celulose (PPPC). Nos últimos cinco anos a fibra de eucalipto cresceu a uma taxa média anual de 9%, a melhor performance entre todas as fibras de madeira. Este crescimento reflete a preferência entre produtores por papel de imprimir e de escrever e papéis sanitários, pelas características da fibra de eucalipto.

A Europa é o mercado externo que mais entusiasma os fabricantes de papel e celulose. Os europeus estão reduzindo a produção, com estoques atuais para 23 dias, contra 35 dias há três anos. Também a China traz boas notícias, pois tem planos de fechar todas as pequenas empresas de papel e celulose nos próximos três anos, por motivos ambientais.

Há outros mercados promissores à vista. De acordo com André Dorf, diretor da unidade papel da Suzano, para o terceiro e quarto trimestre a empresa pretende canalizar as forças nas exportações para os mercados de América Latina, Estados Unidos, além da Europa, ante os bons negócios feitos nessas regiões no primeiro trimestre deste ano - neste período a comercialização da Suzano com o mercado externo, em geral, foi 21% superior ao mesmo período do ano passado. "Aumentamos de 34% para 41% as exportações de papel para América Latina [comparando o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado]. Para os Estados Unidos o aumento foi de 14% para 18%", afirmou.

No mercado interno, segundo Dorf, um dos fatores que contribuíram para o crescimento foi o maior foco dado pelo governo e instituições privadas à Educação: "O governo e essas instituições estão dando mais atenção à educação, o que aumenta o investimento em cadernos e livros, puxando o mercado de papel."

Outro ponto mencionado pelo executivo como fator que impulsionou o setor foi o crescimento do mercado corporativo e promocional que aumentou o consumo de papel de escritório e papel revestido. Já as vendas de papel cartão foram influenciadas pelo bom momento das indústrias alimentícia e de cosméticos que utilizam este tipo de papel no preparo de embalagens.

Papelão ondulado

As vendas do setor de papelão ondulado, considerado a embalagem das embalagens, e, por isso, um dos termômetros da economia, foram de 193,9 mil toneladas em junho, com crescimento de 8,6% em relação a junho de 2006.

As vendas acumuladas no primeiro semestre foram de 1.131,5 mil toneladas, com crescimento de 6,0% em relação a igual período de 2006 (1.067,8 mil toneladas). "As vendas no primeiro semestre ficaram acima das expectativas" , comenta Paulo Sérgio Peres, presidente da Associação Brasileira do Papelão Ondulado.

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