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Para europeus, acordo com Mercosul é “desleal”

"Se nada for alterado, estamos a falar de concorrência desleal", diz entidade portuguesa


O acordo firmado no final de junho entre União Europeia e Mercosul é “desleal” para os produtores de carne europeus. A conclusão é da Fenapecuária (Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Pecuários) de Portgual, que afirma estar “preocupada com as concessões feitas no capítulo agrícola”, segundo o Portal Vida Rural.

Para Idalino Leão, Presidente da Fenapecuária, “o que está em cima da mesa neste acordo entre a UE e o Mercosul é demasiado penalizador para toda a fileira da pecuária a nível europeu. Se nada for alterado, estamos a falar de concorrência desleal, pois não competimos com as mesmas regras quanto à forma de produzir. A ideia que o acordo veicula é a de que os países europeus estão a oferecer a agricultura, o setor pecuário em particular, como moeda de troca de eventuais interesses em outras áreas industriais.”

“A pecuária nacional tem feito um enorme esforço para se reajustar, para se modernizar e para ser mais competitiva. É um setor que cuida e acautela o bem-estar animal, é um sector que cuida do ambiente, que contribuiu não só de forma efetiva para o PIB nacional, mas também para a fixação da população aos territórios, bem como para a manutenção da flora e fauna autóctones gerando os necessários equilíbrios ambientais. Por tudo o que o setor pecuário representa para o país, e pela forma como este acordo tem vindo a ser cozinhado, a pecuária nacional merece ser acarinhada e defendida pelo poder político, na Assembleia da República, onde este acordo terá ainda de ser aprovado”, diz a entidade.

A Fenapecuária reivindica que “sejam adotadas medidas que defendam e promovam a produção nacional e, por conseguinte, a segurança alimentar e o bem-estar dos consumidores”. Sugere, por exemplo, que “as cantinas públicas privilegiem na aquisição dos seus produtos agrícolas variáveis como a rastreabilidade, a sazonalidade e a distância a que são produzidos e consumidos os bens alimentares.”

“Este acordo é demasiado sério e comprometedor para o país e deve ser promovido o seu esclarecimento junto dos envolvidos, desde a produção aos consumidores. Trata-se de uma tarefa que seguramente cumpre a todos, responsabilidade à qual o Governo não deve passar ao lado”, conclui Idalino Leão.

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