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Para exportação, IAPAR produz aveia preta com certificação segundo regras da União Europeia

Carregamento partiu do Porto de Navegantes (SC) para França


O navio MSC Elma partiu no fim de fevereiro do Porto de Navegantes (SC) levando para a França um contêiner com 24 toneladas de aveia preta IAPAR 61. O que parece uma ação rotineira do comércio internacional esconde um significado histórico para a agropecuária brasileira – trata-se da primeira exportação de um lote de sementes produzido com base nas regras de certificação da União Europeia. “É, sem dúvida, uma conquista que ressalta a capacidade técnica dos pesquisadores e técnicos do nosso setor de sementes”, comemora Rafael Fuentes Llanillo, diretor de pesquisa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). 

Para tornar possível esse primeiro embarque foi necessário um esforço de acreditação do sistema brasileiro de certificação de sementes, que resultou na publicação da Instrução Normativa nº 36, em 2017, e na decisão final da União Europeia, ocorrida no ano passado, explica a engenheira-agrônoma Graziele dos Passos Lima, da Coordenação Geral de Sementes e Mudas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Era uma pendência que tínhamos, alguns produtores queriam exportar sementes e não podiam por falta da equivalência de regulamentação. Abriu o mercado para os países da União Europeia”, ela explica. 

Nesse caminho, em 2016 uma missão técnica da União Europeia visitou instituições e percorreu diversos estados brasileiros para conhecer nossa legislação e os processos de certificação no campo, atestando sua equivalência às regras da União Europeia. “Essa habilitação é também um reconhecimento técnico. Demonstra a qualidade do sistema brasileiro de certificação de sementes”, destaca Graziele Lima.

EXPORTAÇÃO – Para viabilizar a exportação, a empresa gaúcha ADKalil Agricultural Consulting & Trading, de Porto Alegre (RS), fez uma parceria com o Iapar para a produção das sementes segundo as regras de certificação da União Europeia. O acordo contou ainda com a colaboração com a Fundação Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro).

“Essa conquista tem um significado muito robusto para todo o comércio internacional de sementes a partir do Brasil”, ressalta Kalil. O comprador das sementes vai multiplicar o material para venda na França.

CULTIVAR – Lançada em 1993, IAPAR 61 foi a primeira cultivar de aveia preta desenvolvida pelo Iapar. É uma aveia de dupla aptidão – pode ser cultivada tanto para alimentação animal como para cobertura vegetal visando conservação do solo.

Decorridos 26 anos de seu lançamento, a cultivar segue firme na preferência dos produtores porque é a única no mercado de ciclo realmente longo, o que permite oito a nove ciclos de pastejo – contra três ou quatro dos outros materiais disponíveis no mercado. 

“IAPAR 61 é muito bem aceita na Europa; arrisco dizer que é um dos melhores materiais de aveia preta do mundo”, afirma Kalil, que já enviou amostras para outros países europeus.

LANÇAMENTOS – Em sua história de 47 anos o Iapar lançou sete cultivares de aveia – IAPAR 61 e IPR Cabocla, ambas para uso como forrageira e cobertura solo; IPR 126, IPR Esmeralda e IPR Suprema, forrageiras; e, ainda, IPR Afrodite e IPR Artemis, destinadas à produção de grãos para alimentação humana e animal.

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