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Paraguai terá que investir para exportar soja transgênica pelo Porto de Paranaguá


Empresários do Paraguai terão que investir até US$ 10 milhões no porto franco-paraguaio localizado no Porto de Paranaguá, se quiserem continuar exportando soja transgênica. Como a lei sancionada pelo governador Roberto Requião veda o plantio, comércio e transporte de transgênicos pelo Paraná, o país vizinho não poderá mais utilizar o ship loader (carregador de navio) do Porto para embarcar os grãos, como faz hoje, para evitar a contaminação da soja tradicional brasileira.

A compra de equipamento próprio de carga implicaria em investimento mínimo de US$ 3 milhões, declarou o presidente da Câmara Paraguaia de Exportadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), César Jure Yunis, em entrevista ao jornal ABC Color. Mas, segundo apurou O Estado, um ship loader chega a custar até US$ 10 milhões.

Questionado sobre a viabilidade do investimento, Yunis respondeu com uma pergunta: "Quantas toneladas se soja teremos que vender para concretizar isto?", disse ao jornal ABC Color. Das 5,6 milhões de toneladas de soja embarcadas por Paranaguá neste ano, 95 mil toneladas são de origem paraguaia, o que corresponde a menos de 2% do total. Embora o volume paraguaio seja proporcionalmente pequeno, o governo do Paraguai tem interesse em manter a área franca.

Yunis informou que a solução apresentada pelo governo paranaense será novamente analisada pelo governo paraguaio. A chancelaria paraguaia já protestou oficialmente ao Itamaraty por causa das restrições impostas pelo governo paranaense que afetam a exportação da soja paraguaia.

Apesar da exportação de transgênicos pelo Porto de Paranaguá estar proibida por legislação estadual, o Paraguai pode continuar a embarcar soja geneticamente modificada pelo porto paranaense, desde que encontre uma forma de operacionalizar isso. Em função de acordo entre os governos do Brasil e Paraguai, a área ocupada pelo terminal do País vizinho em Paranaguá é considerada território paraguaio. Isso viabiliza a exportação da soja paraguaia transgênica, já que o Ministério da Agricultura do Paraguai liberou a comercialização do produto.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) reconhece essa situação, porém ressalva que o porto não pode emprestar o ship loader. "Podem ficar vestígios de soja transgênica e não é possível examinar o guindaste a cada operação".

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