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Paralisações causadas pela chuva atrapalham exportações pelo Paranaguá

Em menos de três meses, foram 27 dias de embarques parados


Em menos de três meses, foram 27 dias de embarques parados. No entanto, o Corredor de Exportação já movimentou, até o final de fevereiro, dois milhões de toneladas de grãos

O ritmo intenso de chuvas tem prejudicado as operações, principalmente as exportações de granéis, pelo Porto de Paranaguá. De janeiro até a terça-feira (19), foram registrados 27 dias, 6 horas e 24 minutos de paralisações em função da chuva.

De acordo com o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino, caso o tempo tivesse contribuído, o Corredor de Exportação poderia ter escoado, no mês de março, o dobro do volume que foi embarcado até agora. “Além da chuva que tem nos prejudicado, ainda temos a complicação de estar trabalhando simultaneamente com dois produtos. O milho ainda está sendo escoado, o que concorre com o escoamento da soja. Mas pela programação de navios vemos que estão nomeadas poucas embarcações para receber o milho e dentro de poucos dias poderemos dar vazão à soja”, explica o superintendente.


De acordo com o Simepar, as chuvas que têm atingido o litoral do Paraná nos últimos dias estão sendo causadas pela circulação marítima. No entanto, os volumes pluviométricos registrados estão dentro da média histórica. Os meteorologistas do Instituto explicam que a característica do outono é o tempo instável e as chuvas serão frequentes, ora ocasionadas por movimentações marítimas, ora por eventuais frentes frias.

Nos meses de janeiro e fevereiro, foram exportadas pelo Corredor de Exportação 2 milhões de toneladas de grãos, sendo 942 mil toneladas de milho, 512 mil toneladas de soja, 543 mil toneladas de farelo de soja e 31 mil toneladas de trigo. O volume é praticamente igual ao exportado no mesmo período do ano passado com destaque para as exportações de milho, que tiveram alta de 288%.

NAVIOS – No porto, não só a chuva é responsável por paralisar as operações. A elevada umidade do ar ou a ameaça de chuva já bastam para que os porões sejam fechados e os embarques interrompidos. Ao menor sinal de umidade, grãos como a soja são completamente danificados e a carga é perdida.

Apesar de não haver solução para este tipo de entrave em nenhum porto do mundo, a Appa tem trabalhado com alguns pesquisadores soluções de cobertura de porão de navios, que possibilitem a exportação de granéis com chuva. No entanto, o projeto ainda está em fase de estudos.

Com as constantes paralisações, o Corredor de Exportação que consegue embarcar uma média de 80 mil toneladas por dia – quando o tempo está seco – está embarcando menos da metade deste volume, o que atrasa bastante a liberação dos navios.

Na manhã dessa quarta-feira, 73 navios aguardavam ao largo para carregar grãos em Paranaguá. No entanto, apenas quatro deles possuem carga completa e estariam aptos a embarcar. Outros 18 apresentam carga parcial e 53 não possuem carga. Entre os navios que não tem carga nominada, ocorrem duas situações: ou a carga ainda não chegou do interior, ou não foram sequer negociadas.


“Em Paranaguá, os navios que não tem carga negociada, seja em função da não finalização dos lotes a embarcar, seja por falta de negociação de destino, em algum momento os embarcadores sabem que terão esta condição resolvida e conseguirão a carga”, explica Dividino.

CAMINHÕES – Paralelamente a isso, a Appa tem monitorado com rigor a emissão das senhas para os caminhões, através do Carga on Line. O embarque atrasado por conta da chuva interfere também na descarga dos caminhões. Os armazéns cada vez mais cheios têm sua capacidade de estocagem diminuída.

“Estamos controlando a distribuição de senhas para evitar que a chuva também reflita em problemas de fila nas estradas. Até agora, temos conseguido e é nosso objetivo é melhorar a logística e as condições de atendimento dos caminhoneiros que não podem ser simplesmente largados nos acostamentos das estradas”, garante Dividino.

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