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Paraná amplia produção de leite em pó

A Confepar, cooperativa central que tem sede em Londrina e reúne oito filiadas do norte do Paraná, começou a construir esta semana uma nova plataforma de recebimento de leite e um concentrador em Pato Branco (PR)


A Confepar, cooperativa central que tem sede em Londrina e reúne oito filiadas do norte do Paraná, começou a construir esta semana uma nova plataforma de recebimento de leite e um concentrador em Pato Branco, no sudoeste. O investimento, de R$ 5 milhões, representa a primeira fase de um projeto que prevê outros R$ 15 milhões para uma nova estrutura de secagem para a fabricação de leite em pó. Trata-se da segunda ampliação em menos de dois anos, quando R$ 18 milhões foram usados para elevar a produção e mais que dobrar a capacidade de recebimento de leite, que passou de 400 mil litros por dia para um milhão de litros.

Hoje a Confepar é a única fabricante de leite em pó no Paraná, mas ela vai ganhar concorrentes. A Latco, de Cruzeiro do Oeste, que produz leite longa vida e queijos, vai investir R$ 20 milhões para entrar nesse mercado. Até o fim do ano a empresa deve iniciar as obras em Realeza, também no sudoeste, e planeja iniciar a produção no fim de 2008. "O leite em pó permitirá nossa estréia em exportação", diz o diretor-geral da Latco, Valdomiro Leite.

Outra que deve entrar no segmento é a Castrolanda, cooperativa de Castro, que é uma das sócias da Batávia. Seu projeto terá três fases e poderá consumir R$ 92 milhões até 2012. A entrada no leite em pó está prevista para a última fase e deverá custar R$ 40 milhões, segundo seu presidente, Frans Borg. A produção de leite concentrado e creme de leite deve ser iniciada até o fim deste ano.

O interesse pelo leite em pó tem várias razões. "Por não ser perecível, ele ajuda a regular a oferta", diz José Roberto Canziani, professor da Universidade Federal do Paraná e coordenador técnico do Conseleite, que reúne indústria e de produtores. O preço no mercado internacional, que passou de US$ 2,2 mil por tonelada para cerca de US$ 5,5 mil no prazo de um ano, também deu ânimo às empresas.

Para que os novos empreendimentos sejam viáveis, o Estado terá de aumentar a produção de leite. O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, disse que o Paraná produz cinco milhões de litros por dia e, para atender aos novos projetos terá de, no curto prazo, passar a oferecer outros dois milhões de litros por dia. Segundo ele, como essa produção sai principalmente de pequenas e médias propriedades, a secretaria dará apoio a iniciativas de ampliação. Conforme o Sindileite, a produção no Estado cresceu 6% ao ano na última década.

O presidente da Confepar, Renato Beleze, contou que o concentrador de Pato Branco, que tira a água do leite, trará ganhos logísticos. Em vez de três carretas, poderá usar uma para transportar a mesma quantidade de matéria-prima até Londrina, para a secagem. Naquela região são recebidos 400 mil litros de leite/dia. Hoje o leite em pó consome 80% do total de um milhão de litros que a Confepar recebe por dia. Com isso, ela faz 80 toneladas do produto/dia, sendo 90% para o mercado interno e 10% para exportação.

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