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Paraná desiste de novos campos de semente

Projeção é de quebra de até 20% na safra de sementes de soja


A Associação Paranaense dos Produtores de Sementes e Mudas (Apasem) desistiu do pedido para inscrição de campos emergenciais de sementes de soja junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A solicitação, feita no final de fevereiro, ocorreu por conta da estiagem e das altas temperaturas que castigaram os campos de cultivares do Paraná. A estimativa inicial da entidade apontava a desclassificação de 100 mil toneladas, 40% da oferta prevista no atual ciclo (250 mil toneladas).

De acordo com o presidente da Apasem, Raphael Rodrigues Fróes, o cenário climático de 40 dias atrás mudou, o que permitiu uma redução significativa das perdas. Atualmente, o executivo projeta quebra na safra de sementes de oleaginosa entre 15% e 20%. “Os números melhoraram, mas o problema não foi sanado. A quebra ainda existe”, afirma.

Os novos cálculos da entidade projetam safra de 220 mil toneladas, suficiente para atender a demanda dos agricultores do Paraná e dos estados vizinhos, tradicionais compradores. Porém, muitos produtores terão de utilizar sementes sem o preenchimento adequado. Segundo Fróes, parte do produto colhido no período mais crítico da estiagem não teve o desenvolvimento ideal. “Temos problema de qualidade duvidosa em cerca de 70 mil toneladas”, lamenta.

Outro motivo para a desistência é a demora no posicionamento do Mapa, inviabilizando a busca de campos alternativos com os padrões de qualidade superiores aos atuais. A burocracia em Brasília já era uma preocupação da entidade. No ano passado, o ministério demorou quatro meses para liberar novos campos de produção de sementes de trigo após duas geadas fortes – em julho e agosto – que afetaram a multiplicação do cereal no estado.

São Paulo, que também teve quebra na safra de semente, manteve o pedido para novos campos.

Preços

Na época do anúncio da desclassificação de 100 mil toneladas de sementes, o mercado projetava reajuste, no mínimo, de 15% no preço das cultivares mais disputadas antes do plantio de 2014/15, o que não deve mais ocorrer. O produtor deve encontrar a saca de semente mais cara apenas em função do aumento no custo de produção.

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