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Paraná deve colher 1,8 milhão de toneladas de trigo

O clima seco e com baixa umidade reduziu a incidência de doença nas lavouras, o que contribuiu com a boa qualidade do trigo


O avanço da colheita do trigo no Paraná indica que o Estado deverá colher 1,88 milhão de toneladas de trigo, volume que corresponde a 50% da produção do País. O clima seco e com baixa umidade reduziu a incidência de doença nas lavouras de trigo, o que contribuiu com a boa qualidade do grão que está sendo colhido. A avaliação é do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, que divulgou nessa terça-feira (02-10) o relatório com a segunda estimativa de plantio da safra de verão 2007/08 com o encerramento da safra de inverno.

Outro destaque foi o rendimento das lavouras de milho safrinha, que alcançou o segundo melhor resultado desde a safra 2002/03, quando foram colhidas 6,04 milhões de toneladas de milho no Estado. Este ano, a produção atingiu 5,16 milhões de toneladas, resultado que surpreendeu apesar das perdas de 14% da produção provocadas pelas geadas e estiagem. Para a safra de verão, o levantamento mantém a expectativa de ocupação de 5,83 milhões de hectares e produção de 21,6 milhões de toneladas de grãos no Paraná. O plantio, principalmente de milho e feijão da primeira safra, está se intensificando nos municípios e regiões onde o volume de chuvas foi satisfatório.

A preocupação é com a ocorrência de chuvas esparsas, mal distribuídas, que estão comprometendo o plantio dos grãos de verão em determinadas regiões do Estado, principalmente no Norte, entre Jacarezinho e Maringá, informou o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Otmar Hubner.

Se por um lado, a falta de chuvas atrasa o plantio das culturas de verão, por outro está favorecendo as lavouras de trigo. Cerca de 68% da área plantada no Estado já está colhida e a produtividade da lavoura está favorável, em torno de 2.170 quilos por hectare. “Esse rendimento está na média dos últimos cinco anos, que foi de 2.160 quilos por hectare”, comparou o técnico.

A safra de trigo de 2007 será 57% superior à safra do ano passado, quando foram colhidas 1,2 milhão de toneladas. Apesar do bom rendimento, o Deral contabilizou uma quebra de 9,6% nas lavouras de trigo em relação à estimativa inicial de produção de 2,09 milhões de toneladas, causada pela estiagem e pela geada.

Segundo o Deral, o trigo está proporcionando uma rentabilidade satisfatória ao agricultor. O preço está elevado no mercado, cerca de R$ 35,00 a saca de 60 quilos, que corresponde a uma valorização de 58% sobre o preço praticado no mesmo período do ano passado, quando o grão era vendido por R$ 22,00 a saca.

A cotação do milho safrinha atingiu R$ 20,05 a saca, um valor 66,7% acima do praticado no ano passado. O mercado reagiu com o aumento da demanda nas exportações. Os preços internacionais estão elevados e o ágio pago ao milho brasileiro foi outro fator de aquecimento nas cotações.

Falta de chuvas preocupa:

As chuvas mal distribuídas e em volume de água insuficiente estão preocupando os produtores. O prazo de plantio de soja começa em meados de outubro, e os produtores estão apostando nas chuvas principalmente na região Norte. Para a engenheira agrônoma do Deral, Margorete Demarchi, a irregularidade do clima pode desestimular o plantio de milho nessa safra.

Segundo ela, a previsão aponta para uma ocupação de 1,38 milhão de hectares ocupados com lavouras de milho, que representa um aumento de 3,8% na área. O incremento deverá acontecer principalmente na região Sul e Centro Oeste e Oeste, o que pode compensar a queda de produção prevista para ocorrer na região Norte.

A produção de milho, em condições climáticas normais, está estimada em 8,88 milhões de toneladas, informou a técnica. Segundo Demarchi, o plantio já atingiu 14,6% da área estimada e a falta de chuvas vem provocando atraso no plantio. Segundo o zoneamento agrícola do Paraná, o período de semeadura estende-se de 21 de agosto a 10 de novembro, conforme a região.

O plantio da primeira safra de feijão no Paraná já atingiu 17,7% da área estimada que é de 336.630 hectares, que já configura uma redução de 18,3% em relação à safra passada. As dificuldades de comercialização e os preços baixos do feijão durante a safra são o principal fator de redução. Conforme o zoneamento agrícola do Paraná, o período de plantio da primeira safra de feijão vai até 31 de outubro.

Os preços do feijão do feijão reagiram no mercado a partir de agosto. O feijão carioca está cotado a R$ 76,23 a saca, valor 88,5% acima do preço médio recebido pelos produtores em março deste ano, quando a cotação atingiu o patamar mais baixo, e o produto foi vendido por R$ 40,43 a saca de 60 quilos.

A reação no preço do feijão carioca, alavancou as cotações de feijão preto, comercializado a R$ 57,42 a saca, cerca de 77,6% acima do preço médio praticado em fevereiro deste ano quando a saca estava sendo vendida por R$ 32,34.

As pesquisas de campo do Deral indicam a repetição da área plantada com soja no Estado, devendo atingir 3,92 hectares. Se o clima for favorável a partir do plantio, o Paraná poderá colher 11,9 milhões de toneladas. Para Hubner, se a falta de chuvas dificultar a semeadura do milho, muitos produtores podem desistir de plantar o milho e optar pela soja, devendo provocar um aumento na área plantada acima do que está sendo estimado.

As perspectivas de comercialização para a soja estão favoráveis. A cotação do dólar caiu no mercado, mas em compensação a soja está mais valorizada no mercado externo com a previsão de redução da safra norte-americana e clima seco no Brasil, fatores responsáveis por uma safra mais enxuta, destacou o técnico. As informações são da assessoria de imprensa do governo do Estado do Paraná.

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