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Paraná estuda criação de uma política pública para florestas plantadas

O projeto vai detalhar as principais diretrizes para a elaboração de um Plano Estadual de Conservação e Produção Florestal


O projeto vai detalhar as principais diretrizes para a elaboração de um Plano Estadual de Conservação e Produção Florestal

O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, vai propor à Assembleia Legislativa projeto de lei referente à implantação de uma política pública para florestas plantadas, setor que tem grande importância e potencial de expansão no Estado.

A previsão é que num futuro próximo o setor de florestas plantadas vai agregar algo em torno de 600 mil hectares à base florestal já existente, que hoje está ao redor de 1,2 milhão de hectares. Para organizar essa expansão estão em discussão, com o Legislativo, as estratégias que devem ser adotadas no Estado.

Entre elas está a introdução do componente florestal nos sistemas produtivos tradicionais e ainda a recuperação de áreas degradadas com florestas plantadas e sistemas silvipastoris. Outra estratégia será intensificar a adoção de técnicas de desenvolvimento rural sustentável como a integração lavoura-pecuária-floresta ou sistemas agrossilvipastoris nas cadeias produtivas de grãos, leite, carnes e frutas.

Norberto Ortigara reuniu-se semana passada com os deputados Elio Rush, Pedro Lupion e Claudio Palozi (do Bloco Parlamentar de Agropecuária da Assembleia Legislativa), que trataram do encaminhamento da proposta. Participaram também da reunião o diretor-presidente do Instituto de Florestas do Paraná (IFPR), Benno Doetzer, o coordenador de produção florestal da Emater, Amauri Ferreira Pinto, o supervisor de execução do IFPR, Davi Pinezi e o diretor executivo da Associação Paranaense das Empresas de Base Florestal, Carlos Mendes.

Foi apresentado ao secretário o resultado de um trabalho iniciado em maio deste ano por solicitação do deputado Claudio Palozi, que contou com a participação de 30 entidades públicas e privadas ligadas ao setor florestal do Estado, fruto de uma audiência pública convocada pelo Bloco Parlamentar.

Neste trabalho consta um diagnóstico do setor florestal estadual, que aponta os gargalos e potencialidades. Segundo o engenheiro florestal da Emater, Amauri Ferreira Pinto, a produção de madeira ocupa o terceiro lugar no ranking de produtos exportados pelo Estado, ficando atrás apenas das exportações de grãos e proteína animal.

Para o extensionista, o modelo de expansão do cultivo de florestas, que está sendo proposto no projeto de lei, contempla as pequenas e médias propriedades rurais, que podem adotar como sistema de cultivo o mosaico florestal ou em sistemas integrados a pastagens e a agricultura tradicional. Esses sistemas ajudam a reduzir os impactos ambientais e contribuem para a conservação dos solos e produção e manutenção de água, além de dividir os benefícios econômicos da atividade.

“Precisamos aumentar a produção de madeira sem diminuir a produção de grãos, de frutas, de olerícolas, de carne e de leite. Tecnologias e alternativas para isso existem e precisam ser difundidas aos produtores”, disse o extensionista.

Segundo Ferreira Pinto, o Paraná é pioneiro na implantação de sistemas de integração lavoura, pecuária e floresta, com tecnologia desenvolvida no Estado. “ Por isso é importante transformarmos tudo isso em políticas públicas para atendermos as demandas do mercado e tornarmos a atividade economicamente confiável para o produtor”, explicou.

Essas informações serviram como base para as ações propostas, que tiveram como foco principal a consolidação do setor de florestas plantadas como atividade produtiva e sob responsabilidade do Sistema Estadual de Agricultura.

O grande desafio será a equalização da oferta de produtos florestais madeireiros e não madeireiros à demanda crescente no Estado, tendo em vista o seu papel estratégico próprio dentro do contexto econômico e social, como também nas demais cadeias produtivas como a de grãos e aves, onde a madeira ainda é a principal fonte energética na produção e beneficiamento.

O mesmo projeto de lei deverá, ainda, ajustar a lei florestal do Estado, que é de 1995, e hoje está sob uma nova realidade.

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