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Paraná mantém fronteira aberta para a aftosa em Foz do Iguaçu

Nenhum veículo oriundo do Paraguai foi desinfetado até ontem


Nenhum veículo oriundo do Paraguai foi desinfetado até ontem. Agentes federais aguardam ordem do governo do estado


Dois dias depois de o Paraguai ter confirmado novo caso de aftosa em seu rebanho bovino, a desinfecção de veículos ori­undos do país vizinho ainda não tinha sido iniciada até ontem (4) à tarde em Foz do Iguaçu. A medida chegou a ser anunciada como prioritária pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).


Os agentes sanitários federais que atuam em Foz disseram aguardar orientação da Seab para iniciar os trabalhos. A desinfecção foi suspensa em 19 de novembro do ano passado, dois meses após a confirmação de um foco que exigiu o sacrifício de 820 bovinos paraguaios. Para o Mapa, a situação estava sob controle.

Os equipamentos de pulverização e desinfecção continuam montados na Ponte da Amizade, mas estão parados, entre eles um arcolúvio (instrumento com sensor usado para desinfetar caminhões), um rodolúvio (tanque com água e desinfetante para lavagem dos pneus dos veículos) e bombas manuais para esterilização dos carros.

A iminência da entrada do vírus da febre aftosa no Brasil preocupa os pecuaristas da Região Oeste do Paraná. O presidente do Sindicato Rural de São Miguel do Iguaçu, José Carlos Colombari, disse que a doença afetaria toda uma cadeia produtiva de bovinos e suínos. O Paraná quer se tornar área livre da aftosa sem vacinação em 2013.

“Qualquer anormalidade é prejudicial para a região, que tem uma suinocultura muito forte. Desde 2005, quando houve suspeita de aftosa, o Paraná não conseguiu retornar as suas exportações de carnes para alguns países”, afirmou.

Em novembro do ano passado, o Paraná vacinou 97% de seu rebanho bovino de 9,3 milhões de cabeças contra a aftosa, segundo estimativa da Seab. Os dois casos de aftosa confirmados pelo Paraguai ocorreram a cerca de 230 quilômetros de Foz, na região do distrito de San Pedro. Somente ontem o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai notificou os pecuaristas do país que as exportações de carne com origem nesse distrito foram suspensas pelo Brasil.


Defesa
Seab pede colaboração

Da Redação

A desinfecção dos veículos que entram no Brasil por Foz do Iguaçu deve começar nesta quinta-feira, conforme o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. Depois de reunião com representantes do Ministério da Agricultura, do Exército e do setor produtivo, realizada em Curitiba, ele disse que a vigilância vai funcionar 24 horas por dia num sistema de trabalho integrado.

O secretário afirmou que a população pode colaborar para proteger a saúde do rebanho bovino. Sua orientação é que ninguém traga alimentos de origem animal do Paraguai sem inspeção oficial. Na fronteira, a desinfecção é seletiva, para “caminhões, caminhonetes ou veículos com sinais de presença em propriedades rurais”, disse Ortigara.

O Exército deverá manter 16 militares em Foz – oito para o dia e oito para a noite. A Polícia Militar e a Polícia Federal também devem ser acionadas, como forma de fortalecer a vigilância na fronteira com a Argentina.

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