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Paraná prevê perdas em safra de trigo após geadas, que pouparam o café

Ainda não é possível saber o tamanho (da quebra). Somente daqui a alguns dias


Dois dias consecutivos de geadas fortes no oeste do Paraná devem provocar perdas à produção de trigo no Estado, prevê o Departamento de Economia Rural paranaense (Deral), que, por ora, descarta prejuízo às lavouras locais de café.

De acordo com o especialista do Deral Carlos Hugo Godinho, as geadas desta quarta-feira atingiram uma área menor que a inicialmente prevista, concentrando-se, como no dia anterior, entre os municípios de Campo Mourão e Cascavel.

"Não teve muita alteração no cenário. Podemos ter prejuízos pontuais no sul do Estado, mas é o oeste que preocupa. Essa região vai ter perdas, sim. Ainda não é possível saber o tamanho (da quebra). Somente daqui a alguns dias", afirmou.

O Paraná é o principal produtor nacional de trigo, e as plantações ao sul do Estado são aquelas semeadas mais tarde, estando agora em um estágio mais tolerante ao frio. Segundo Godinho, o problema reside nas lavouras do oeste, que estão na fase de enchimento de grãos e, portanto, mais suscetíveis a perdas.

O Estado tem safra estimada em pouco mais de 3 milhões de toneladas de trigo neste ano, ou mais da metade da colheita nacional do cereal, prevista em 5,6 milhões de toneladas.

Outras Culturas

As geadas desta quarta-feira também foram observadas no norte do Estado, onde estão os cafezais, mas por lá elas foram de fraca intensidade e se concentraram em baixadas, longe das plantações, disse o especialista do Deral para a cultura, Paulo Sérgio Franzini.

"O café está plantado em áreas mais protegidas, onde não há presença de massa fria, ao contrário das baixadas, dos vales. A princípio não tivemos lavouras de café atingidas. Não há risco de perda", disse Franzini.

Conforme o especialista, entre os municípios que registraram geadas estão São Jerônimo da Serra, Cornélio Procópio e Apucarana. Segundo Godinho, não houve registro de prejuízos também à cana-de-açúcar e ao milho de segunda safra.

As pastagens também foram afetadas, assim como as hortaliças, embora alguns produtores contem com coberturas plásticas para as hortas.

"Apesar de ser um problema grave (para as hortaliças), se regulariza em pouco tempo (o ciclo de produção é mais curto). Já os pecuaristas têm de complementar a nutrição dos animais com outras fontes e eles contam com esse gasto."

O Deral estima produção de 1,2 milhão a 1,3 milhão de sacas de 60 kg de café neste ano, em uma área de 46 mil hectares. Quanto ao milho, a previsão do departamento é de produção de 13,8 milhões de toneladas, em uma área de 2,4 milhões de hectares.

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