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Paraná quer duplicar venda de carnes nobres

Os produtores esperam dobrar sua participação no mercado paranaense


Produtores paranaenses de carnes nobres bovinas esperam dobrar sua participação no mercado paranaense em 2007. Atualmente produzem cerca de 15% da carne consumida no Estado. O crescimento almejado pelos produtores é possível graças a uma série de medidas de apoio implementadas pelo governo do Paraná. Uma delas é a edição em agosto de instrução normativa da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, que disciplina o padrão do novilho paranaense.

Organizados em duas cooperativas e oito alianças mercadológicas, os produtores querem fechar 2007 fornecendo 30% da carne bovina consumida no Estado. Atualmente, cada paranaense ingere, em média, 36 quilos por ano, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura.

A aposta dos produtores é a venda direta de carnes ao comprador, que garante uma rentabilidade 10% maior para o produtor e ao mesmo tempo barateia o produto para quem compra. Para promover o sistema, a Secretaria organizou workshops em Curitiba, Foz do Iguaçu, Maringá, Londrina e Ponta Grossa nos últimos meses de 2006.

Nesses encontros, os produtores apresentaram a carne a potenciais compradores – proprietários de restaurantes, hotéis, bares e varejistas. “Saímos desses encontros animados com as possibilidades de negócios”, afirma Sérgio Steptjuk, diretor da aliança mercadológica de União da Vitória e chefe do Núcleo da Secretaria no município. “As perspectivas são muito boas para 2007. Uma de nossas metas é formar uma aliança, ou cooperativa central, para fortalecer os produtores e nossa capacidade logística de negociação”, diz.

“A venda direta é um grande negócio para o produtor e para o comprador”, atesta Fábio Mezzadri, médico veterinário do Deral. “O pecuarista é melhor remunerado, pois oferece produtos com valor agregado, e eliminam-se os atravessadores. O comprador tem a certeza de que está comprando carne de boa qualidade e com garantia sanitária”, fala.

A instrução normativa da Secretaria da Agricultura determina três padrões para o novilho paranaense: precoce (até 24 meses), superprecoce (até 18 meses) e hiperprecoce (de 7 a 12 meses). Cada um deles tem instruções próprias quanto à quantidade de gordura permitida e peso mínimo para abate. Para serem considerados novilhos precoces, os animais devem ser rastreados, por meio de um brinco que registra todas as informações sobre vacinação e alimentação recebidas, além de dados do produtor.

“Isso muda o enfoque do produtor, que deixa de produzir boi e passa a produzir carne. Além disso, significa segurança para o comprador, pois ele sabe de quem comprou a carne, qual o sexo do animal, qual sua idade. No caso de um frigorífico, é impossível saber se a carne é de boi ou vaca, se o animal era velho ou novo”, observa Steptjuk.

Em 2007, os produtores pretendem retomar os workshops organizados pela Secretaria, com o reforço do Sebrae. “Vamos intensificar os negócios. O apoio do governo é fundamental para o produtor se inserir no mercado. O distanciamento entre produtores e governo acabou”, afirma.

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