Parceria fortalece agricultura de precisão para vinhos
Objetivo é avaliar os vinhedos de inverno no Sudeste
Uma parceria entre a Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) busca fortalecer o uso da agricultura de precisão para a produção de vinhos de inverno no Sudeste.
A Epamig vai avaliar as uvas colhidas em campos de experimentação da Embrapa com a Casa Verrone (Itobi - SP) e com a Vinícola Terras Altas (Ribeirão Preto - SP). O projeto é desenvolvido em Caldas (MG) e visa a realização da microvinificação.
No local as duas vinícolas adotaram o sistema de dupla poda ou poda invertida, com colheita durante o inverno. O órgão mineiro é referência no assunto. “A Epamig possui estrutura para análises com técnicas que até então não tinham sido realizadas nos projetos de vitivinicultura de precisão para a qualidade dos vinhos de inverno no sudeste do Brasil”, destaca o pesquisador Luís Bassoi, líder das pesquisas na Embrapa Instrumentação.
A Epamig conta com uma equipe interdisciplinar com enfoque na fisiologia da planta, fitotecnia, bromatologia e enologia. Essas áreas permitirão complementar os trabalhos em vitivinicultura de precisão. A cooperação técnica é válida por três anos e inclui infraestrutura e pessoal, sem repasse direto de recurso financeiros.
A pesquisa é considerada de grande relevância para o produtor de vinhos de inverno que vai poder conhecer com mais detalhes questões como vigor vegetativo, produção, qualidade da uva e do vinho, e necessidade de irrigação conforme as características do solo. “Além disso, permitirá também, dentro do contexto da vitivinicultura de precisão, um avanço no conhecimento sobre os aspectos ecofisiológicos e bromatológicos das videiras cultivadas durante outono-inverno”, acrescenta Renata Mota, pesquisadora da Epamig.
Os experimentos são realizados desde 2016, durante três safras seguidas, na região da Serra da Mantiqueira com as variedades Chardonnay, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Atualmente o foco é a Syrah, na região nordeste de São Paulo. “Esperamos que a pesquisa contribua com a qualidade dos vinhos de inverno para o consumidor brasileiro”, finaliza Bassoi.