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Parcerias ajudarão a escoar safra de soja pelo porto de Itaqui (MA)


O avanço da produção de soja nas regiões Sul do Maranhão e do Piauí e Centro-Oeste do Brasil está levando governo estadual e iniciativa privada a formarem parcerias para a construção de uma nova estrutura para escoamento da oleaginosa via porto do Itaqui, em São Luís.

Empresas como Noble Grain, de Cingapura, e as operadores de soja Bunge, Cargill e Montigrain já constituíram a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) o interesse em investir no Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), a ser construído no porto no porto maranhense.

As empresas podem entrar como parceiros na construção de estruturas de armazenamento do terminal. A informação foi dada pessoalmente pelo presidente da Emap, Fernando Fialho, à empresários do setor durante o Agrobalsas, feira agrícola do Corredor de Exportação Norte que encerra hoje em Balsas, 850 quilômetros de São Luís.

Dentro de 90 dias a Emap pretende abrir licitação para início de obras de infra-estrutura que possibilite criar uma alternativa de escoamento no porto para a produção da soja já da próxima. A idéia é instalar um carregador de navios no berço 104 e construir silos para armazenamento da soja. Esta estrutura vai ser o ponto de partida para a construção do Tegran, avaliado em R$ 142 milhões, a ser construído em parceria entre governo e iniciativa privada.

O objetivo é atender a demanda crescente da produção, evitando transtornos, a exemplo do que acontece no porto de Paranaguá (PN). Este ano, com o crescimento da produção, chegou a haver congestionamentos de caminhões que transportam soja, ao longo da BR-135, que dá acesso ao problema para o escoamento gerando acúmulo de caminhões carregados com soja ao longo da BR-135, em São Luís, a espera do embarque no píer 105, arrendado à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).

Só este ano, a CVRD prevê o embarque de 1,6 milhão de toneladas de soja via o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira - incremento de 86% em relação ao embarcado em 2003, quando foram alcançados o volume de 900 mil toneladas. A soja é escoada pelo berço 105 do Itaqui, arrendado à CVRD.

De acordo com as projeções da Emap, há uma expectativa de produção de soja em 2005 da ordem de 3,8 milhões de toneladas na área de abrangência do porto do Itaqui - que inclui o Maranhão, Piauí, Tocantins e parte do Mato Grosso. Para 2005, as projeções alcançam volume de 4,7 milhões de toneladas. Se as taxas de crescimento continuarem em ritmo acelerado, conforme destacou Fernando Fialho, a região pode atingir a casa dos 12 milhões de toneladas antes de 2015.

É justamente para atender a essas projeções que a Emap e empresários do setor estão buscando de forma planejada ampliar a estrutura de escoamento. "Não adianta ter produção se não tiver como sair. Estamos buscando uma solução atual para não prejudicar o crescimento da produção", afirmou Fernando Fialho. A atual estrutura de escoamento, segundo Fernando Fialho, no Itaqui suporta um volume de até 2 milhões de toneladas da oleaginosa.

A iniciativa de construir o Tegram surgiu, segundo Fernando Fialho, há um ano, quando participou do Agrobalsas e constatou a necessidade de ampliação da capacidade de escoamento. Em seguida ao evento, a Emap iniciou o projeto executivo. Fernando Fialho deixa claro que a Emap não quer competir com a estrutura de embarque da CVRD, que pode até tornar-se parceiro na construção do terminal. "O Tegram vai ser uma estrutura complementar à da Vale em virtude da demanda crescente", ressalta.

Ao avaliar a importância dos investimentos na estrutura de escoamento da produção, o analista de mercado da CVRD, Eduardo Calleia, que participou como debatedor na palestra sobre Logística do Transporte do Corredor de Exportação Norte, lembrou o exemplo de Barreiras (BA), que atualmente não tem como expandir a produção em virtude de problemas para escoamento. "Este ano já fomos impactados por um crescimento extraordinário e por não termos uma fábrica na região", observou. Eduardo Calleia ressaltou a necessidade também de diversificar as exportações com produtos de maior valor agregado como farelo e carne.

Estatísticas apontam que o Cerrado dispõe ainda de 66 milhões de hectares de terras agricultáveis. Fernando Fialho destaca que o Itaqui, aliada ás ferrovias Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás, é a melhor opção de escoamento do Centro-Oeste brasileiro. Entre as vantagens do porto estão a capacidade de operar com navios de grande porte, o que reflete na redução do frete e, proximidade com os mercados norte-americano, europeu e asiático.

Um ano depois, a Emap apresenta uma solução que considera eficiente. O Tegram vai ter em sua primeira etapa três silos com capacidade de armazenamento de 60 mil toneladas cada. Na segunda etapa, seis silos, além de um carregador de navios no berço 103, com capacidade para quatro mil toneladas por hora.

O Banco do Nordeste liberou ontem financiamento na ordem de R$ 520 mil para a compra de máquinas e tratores para produtores de soja. A liberação ocorreu durante o Agrobalsas. A previsão dos organizadores é que o evento, que termina hoje, movimente entre R$ 80 milhões a R$ 100 milhões em negócios de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas.

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