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Parmalat aposta na integração com produtor

A empresa entregou em Itaperuna, no norte fluminense 700 vacas para uma cooperativa de produtores que fornece leite para a fábrica da empresa na cidade, uma iniciativa do projeto Integralat


A Parmalat Brasil, que acaba de contratar como presidente o ex-executivo da CSN, João Audi, tem um plano ambicioso para integrar a produção de leite nas bacias em que atua no país. Nessa quarta-feira (29-08), a empresa entregou em Itaperuna, no norte fluminense 700 vacas para uma cooperativa de produtores que fornece leite para a fábrica da empresa na cidade, uma iniciativa do projeto Integralat.

No momento em que dá início ao projeto de integração, inspirado em experiências como as da Sadia e Perdigão com frangos e suínos, a empresa volta a investir em comunicação e coloca hoje no ar uma campanha publicitária de R$ 40 milhões, que inclui o lançamento de dois produtos da sua linha premium - um leite com mais cálcio para os ossos e um com mais fibras para ajudar o sistema digestivo. A nova campanha, a primeira desde que o fundo de investimentos Laep (Latin America Equity Partners) adquiriu o controle da empresa, em maio de 2006, traz de volta os mamíferos, com os mesmo atores, 10 anos mais velhos.

"Queremos celebrar a retomada da liderança no mercado de UHT [leite longa vida]" , disse Audi em coletiva. Segundo ele, dados da Nielsen mostram que a empresa ficou com share de 12,7% em valor e de 11,3% em volume nesse segmento no bimestre junho-julho. No bimestre anterior, também tinha sido líder.

Ainda em processo de recuperação judicial, após a crise de 2004, a Parmalat busca consolidar a retomada do crescimento. Dentro do plano de obter recursos para crescer, seu controlador, o Laep (Latin America Equity Partners) prepara-se para abrir o capital e emitir ações em Luxemburgo. A empresa detém 99,9% do capital da Lácteos do Brasil, que, por sua vez, tem 98,56% do capital da Parmalat Brasil.

O presidente do conselho de administração da Parmalat e do Laep, Marcus Elias, evita falar da abertura de capital da controladora por conta do período de silêncio, uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas ele não esconde sua empolgação pelo projeto de integração da produção de leite que tem, numa primeira fase investimentos de R$ 70 milhões.

Para tocar o projeto, que visa aumentar a produtividade do gado leiteiro e a qualidade do leite, a Parmalat criou a Integralat, que fará o desenvolvimento genético e produzirá matrizes para o projeto de integração. Também adquiriu o controle da In Vitro, empresa especializada em fertilização in vitro e em transferência de embriões, com objetivo de fazer melhoramento genético dos animais.

Na parceria com os produtores, a Integralat fornecerá as vacas, alimento para os animais e dará assistência técnica, além de garantir a compra do leite. Já o pecuarista cuidará da produção e terá de investir em equipamentos, como ordenha e tanque de resfriamento para o leite.

De acordo com Elias, a meta é fornecer, num prazo de cinco anos 200 mil vacas para produtores nas regiões em que a empresa atua, principalmente para aqueles com baixo rendimento. Hoje a empresa dispõe de cinco a seis mil animais. "Pretendemos integrar a grande maioria dos produtores", disse Elias. Hoje, 20 mil pecuaristas fornecem leite para as 12 plantas da empresa no país.

O novo presidente da Parmalat, João Audi, admite o desafio de comandar uma empresa de um segmento totalmente diferente dos quais já esteve, mas disse que será "gratificante". Ele já comandou as áreas de exportação e de coligadas da CSN e foi presidente da Prada, empresa do mesmo grupo. "Muda a empresa, mas os problemas são semelhantes", disse.

"Depois que encerramos a reestruturação, precisávamos de um profissional para comandar a empresa diante de novos desafios, como a produção, o mercado", disse Elias sobre a escolha.

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