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Parte dos caminhoneiros ameaça greve dia 29

Agronegócio teme proximidade com época de escoamento das safras de soja e milho verão


Uma parcela dos caminhoneiros autônomos anuncia paralisação começando no próximo dia 29 de abril, uma segunda-feira. A informação foi confirmada pelo representante da categoria, Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, à agência Broadcast Agro. A ameaça de uma greve deixa todo o segmento do agronegócio em suspense, uma vez que se aproxima a época de escoamento das safras de soja e milho verão. 

“A maioria dos grupos de caminhoneiros já decidiu pelo dia 29 de abril, tem uns ou outros que acham que é pouco tempo, que devemos esperar ainda, mas a maioria concorda sobre o dia 29 porque chegamos num ponto que não tem mais condições de trabalhar. Isso não foi uma decisão só minha, foi decidido em grupo por várias lideranças de caminhoneiros”, justificou o sindicalista.

Na avaliação de Alves, a greve deverá ter reflexos em todo o Brasil e ganhar força com o passar dos dias. Essa paralisação estava programada inicialmente para o final do mês de Maio, mas foi adiantada, segundo ele, em função do anúncio do novo aumento do diesel. 

“Com esse aumento do óleo diesel não tem mais condição. Os caminhoneiros estão cientes de que, dentro de 14, 15 ou 16 dias vai ter outro aumento do diesel, e esse aumento de R$ 0,10/litro já afetou em R$ 1.000 o lucro mensal, e o frete continua o mesmo. Se estivessem pagando o piso mínimo, o aumento do óleo diesel não iria nos afetar. Mas não estão cumprindo”, reclama.

A ideia de paralisação, no entanto, está longe de ter unanimidade entre a classe dos caminhoneiros. “Tem muita revolta, mas acredito que por enquanto não haverá paralisação”, afirma Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (RS). Norival Silva, presidente da Federação dos Caminhoneiros de Carga em Geral do Estado de São Paulo, tem avaliação semelhante.

A Abcam (Associação Brasileira de Caminhoneiros) lançou nota oficial dizendo esperar “que não seja necessário chegar uma nova e traumática paralisação”. A CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) criticou o reajuste do diesel, afirmando que isso “aumentou ainda mais a tensão instalada na categoria”, mas que espera uma “posição convincente” do governo até esta segunda-feira (22.04), quando haverá audiência com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas.

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