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Participação do Centro-Oeste na produção de grãos é de 37,89%

IBGE estima participação de 37,89% do Centro-Oeste na produção, maior índice entre regiões


Goiás é o celeiro nacional. Mesmo diante da crise anunciada – e para alguns já em curso – para a próxima safra, a constatação continua válida. A região Centro-Oeste figura como sustentáculo agrícola brasileiro, com participação estimada de 37,89% na produção total do País em 2005. A previsão é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio de seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, realizado mensalmente.

Se confirmados os números para esta safra, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul serão responsáveis por uma produção 13,24% maior que no ano passado. O crescimento só não supera as previsões para a região Nordeste, que, segundo o IBGE, terá uma variação positiva de 13,75%. A queda na produção é encarada como fato apenas no Sul, onde as perspectivas de recuperação não são animadoras. A região pode apresentar queda de 15,77%.

Rio Verde – A estimativa do presidente da Comissão de Grãos do Sindicato Rural de Rio Verde, George Fonseca Zaiden, é menos otimista. O engenheiro agrônomo aposta num crescimento de apenas 5% na produção goiana. Ainda assim, a variação não reflete efetivamente a retomada do virtuosismo produtivo do Estado, já que no ano passado a colheita de soja foi afetada pela ferrugem asiática. O aumento na produtividade, mesmo que tímido, também refletirá na expansão da área plantada, estimada em 12%.

No bojo das intempéries contra o campo figuram efeitos provocados pelo próprio mercado, pela política econômica governamental e por fatores climáticos. A baixa cotação das commodities no mercado internacional – destino de grande parte da produção do Estado – não é suficiente para cobrir os custos dos agricultores. Além disso, o câmbio não tem contribuído com o retorno daqueles que dependem da exportação.

Internamente, o maior alvo de crítica ainda é a política monetária empreendida pelo governo federal. O anúncio de uma nova alta na taxa Selic na semana passada desanima o setor rural, que encontra no mercado de crédito um paliativo para o financiamento deficiente por parte do governo.

Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento Rural, José Mário Schreiner, o produtor acaba tendo que recorrer a financiamentos com taxas de juros incompatíveis com a capacidade de pagamento do campo.

O engenheiro agrônomo George Fonseca utiliza de uma matemática básica para representar o aperto por que passa o agricultor. Do valor total utilizado para a produção, ele explica que 30% é proveniente do governo a juros de 8,75% ao ano. Outros 30% ficam a cargo das tradings e compradores de insumos, os quais cobram taxas anuais superiores a 25%. Os 40% restantes saem do bolso do próprio produtor. "Vai haver prejuízo no campo, pois se os produtores não têm nem como cobrir seus custos, o que dirá dos investimentos realizados", atesta.

Em números gerais, o levantamento do IBGE revela que a produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas poderá alcançar 119,488 milhões de toneladas em 2005. O número é apenas 0,1% maior que o resultado do ano passado, quando foram obtidas 119,369 milhões de toneladas. A estimativa é de que o quadro de perdas possa ser ampliado devido ao excesso de chuva.

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