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Pecuária de MT perde território para agricultura

Nos últimos 3 anos, a estimativa é que 1,5 milhão foram cedidos às lavouras


Pecuária mato-grossense perdeu 1,5 milhão de hectares para a agricultura nos últimos 3 anos. Enquanto a projeção nacional até 2022 é que o avanço das plantações sobre as áreas de pastagem chegue a 10 milhões (ha), o recuo estadual seria de mais 1,5 milhão (ha) em 2 anos. Para mudar essas previsões, o setor discute a partir de hoje (13) investimentos em tecnologias e ferramentas que melhorem a produção e a produtividade da pecuária de corte durante a 1ª etapa do Circuito Feicorte 2013, a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne. Os dados sobre recuo da atividade foram repassados à imprensa na coletiva de apresentação do evento que termina amanhã (14), em Cuiabá. 

Classificando a etapa cuiabana como a melhor do circuito do ano passado, Carla Tuccilio, gerente do Agrocentro, que organiza a feira, conta que a novidade de 2013 fica por conta da regionalização dos temas e a abertura de um maior espaço para o produtor debater com os especialistas. Os embargos a carne brasileira por alguns países em razão da identificação do agente causador da doença da vaca louca num animal morto no Paraná em 2010 também deverão ser abordados. Segundo o coordenador do comitê dos workshops do Circuito Feicorte NFT, Luciano Roppa, o evento servirá como uma resposta a esse tipo de publicidade. “Temos que desmentir e mostrar a qualidade do que o Brasil produz”.

De acordo com ele, a programação desta etapa em Cuiabá foi alterada por 13 vezes para acompanhar as mudanças no cenário vivido pelos pecuaristas, sobretudo no custo de produção. Roppa lembra que em 2012 o fornecimento de matéria-prima (soja e milho) teve um “revés” muito grande provocado, por exemplo, pela seca nos Estados Unidos. “Estamos neste ano com uma nova realidade. A matéria-prima no 2º semestre terá um custo melhor do que tinha no fim do ano passado e início deste ano”.

No entanto, mesmo diante de um quadro promissor, o grande desafio é incrementar mais renda para o produtor. Segundo o secretário adjunto de Política Agrícola da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf, Luiz Carlos Alécio, é necessário diminuir a diferença na renda da pecuária, que é de cerca de R$ 200
por hectare, em relação à agricultura, que chega a R$ 1,5 mil/ha.

Tecnologias -Um dos caminhos para esse resultado seria a busca por ferramentas para melhorar a produção. Uma das tecnologias que será apresentada aos produtores durante a Feicorte envolve a melhoria de desempenho do gado de forma sustentável em confinamento, desenvolvida pela MSD Saúde Animal, patrocinadora do evento na Capital. Conforme a Acrimat, das 5,5 milhões de cabeças de gado abatidas no ano passado em Mato Grosso, 15% eram de confinamento. “Confinamento é uma ferramenta. Cabe ao produtor ver qual a melhor tecnologia, se o resultado dessa operação atende”, diz o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari.
 
Gerente técnico de Ruminantes da MSD Saúde Animal, Rodrigo Goulart, frisa que no sistema de produção não existe uma receita de sucesso. As características da terra e a localização dela vão traçar quais tecnologias devem ser utilizadas, por exemplo, no uso de adubo em manejo de pastagens.

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