A pecuária de Mato Grosso do Sul teve a terceira maior alta nos COT (Custos Operacionais Totais) acumulados de janeiro a dezembro do ano passado, com variação de 12,82%. Ao mesmo tempo a arroba do boi gordo variou em apenas 0,97% com desvalorização de 4,11% no mês de dezembro. É o que mostra a pesquisa da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) desenvolvida em parceria com a USP (Universidade de São Paulo) divulgada esta manhã.
Segundo avaliação da Confederação, em âmbito nacional, puxados pelos reajustes da mão-de-obra, da suplementação mineral e dos fertilizantes, os custos totais de produção cresceram 10,1% em reais e 18% em dólares, enquanto os preços da arroba permaneceram estáveis. Esses resultados, somados às perdas da inflação, indicam diminuição de margem por volta de 20%. O desafio agora é manter o crescimento da produção, dentro de um ambiente pouco animador. O produtor tem nos preços do boi a forma mais direta para decidir sobre seus investimentos, já que, como em todos os mercados agrícolas, é um tomador de preços.
Quanto aos desembolsos mensais do pecuarista, Mato Grosso do Sul acumulou a maior variação do COE (Custo Operacional Efetivo), de fevereiro até o fechamento do ano. O balanço do período mostra considerável aumento de 10,8% dos custos efetivos, ao passo que a arroba do boi teve reajuste nominal de apenas 1%.
A diminuição das vendas de medicamentos, adubos, corretivos e sementes, entre outros itens, mostra que o reajuste do combustível foi o que mais afetou o pecuarista em dezembro. No mês passado os custos totais da pecuária em Mato Grosso do Sul oscilaram 0,24%. A análise do ano mostra que o maior aumento no preço do diesel ocorreu em dezembro: os 5,12% deste período superaram até os 4,93% de junho.