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Pecuária familiar tem espaço para aumentar produção de terneiros

A opinião é do engenheiro agrônomo Cláudio Ribeiro, da Emater-RS


Apenas com mudanças no manejo de pequenas propriedades, os pecuaristas familiares gaúchos poderiam colocar em campo mais 315 mil terneiros por ano em um prazo de cinco anos. Para isso, seria necessário um trabalho integrado, a fim de estimular um aproveitamento mais adequado dos pastos, com rotação do gado. A opinião é do engenheiro agrônomo Cláudio Ribeiro, da Emater-RS, palestrante na manhã desta quarta-feira no seminário De Onde Virão os Terneiros?, 44ª Etapa do Fórum Permanente do Agronegócio, da Casa Rural – Centro do Agronegócio. O evento ocorre no Parque Assis Brasil, em Esteio, integrando a programação da Fenasul.


Segundo ele, atualmente, entre as propriedades de pecuária familiar, a taxa média de nascimento de terneiros é de 50%. “Elevar até 65% é relativamente simples, com mudanças no manejo. O passo seguinte é que seria bem mais difícil”, afirmou Ribeiro. Com essa elevação, o número de terneiros produzidos anualmente pelos pecuaristas familiares passaria de 1,050 milhão para 1,365 milhão.

O agrônomo apresentou o perfil da pecuária familiar no Estado, que seria responsável por 40% dos terneiros produzidos no Estado. Segundo ele as propriedades que trabalham primordialmente com gado de corte, mão de obra essencialmente familiar, com até 300 hectares, somam aproximadamente 60 mil no Rio Grande do Sul. “Da forma como se trabalha hoje nestas propriedades, com alta lotação, o campo nativo não demonstra todo o seu potencial.

Como o pecuarista familiar hoje não aceitaria diminuir lotação, porque trabalha com lógica de estoque, temos de trabalhar para ele inicialmente dar tempo para o campo responder melhor, por meio de rotação (no pastoreio)”, explica Ribeiro, salientando que não acredita na possibilidade de transformar esse perfil de produtor em altamente tecnificado, mas, sim, em melhorar as práticas atuais.

Na abertura do seminário, o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, lembrou que o avanço da soja em áreas de pecuária na Metade Sul torna mais urgente a melhoria da produtividade nas fazendas que trabalham com gado de corte. “A soja não vai entrar em todas as áreas de pecuária, até porque tem solos que não permitem agricultura. E temos a possibilidade de melhorar nossa produtividade em áreas de lavoura, que recebem soja no verão, mas uma boa pastagem de azevém e aveia no inverno. E, no verão, podemos usar forrageiras de verão em algumas áreas”, afirmou. Já o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, estimulou que o evento encaminhe sugestões ao Estado. “Queremos que, fruto deste debate, o Estado seja demandado para criar um programa ‘Mais Terneiros’”, disse.
O seminário de Onde Virão os Terneiros? é organizado pelo Sistema Farsul, em parceria com Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com apoio de Zero Hora e patrocínio do Juntos Para Competir, um programa desenvolvido por Farsul, Senar-RS e Sebrae. Ainda participaram da abertura do evento o superintendente da Casa Rural – Centro do Agronegócio, José Alcindo Ávila, o chefe da Divisão Técnica do Senar-RS, João Augusto Telles, o coordenador técnico do seminário, José Fernando Piva Lobato, e a diretora de redação de Zero Hora, Marta Gleich.

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