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Pecuaristas do MT vão propor compensação pelas perdas

Um grupo de trabalho vai apresentar uma proposta de compensação das perdas


Um grupo de trabalho criado pelas entidades que formam o Conselho de Desenvolvimento Agropecuário de Mato Grosso – como Acrimat (bovinos), Acrismat (suínos) e Famato (agricultura) – vai apresentar dentro de 30 dias uma proposta de compensação das perdas decorrentes da defasagem nos preços da arroba do boi gordo entre a região habilitada [para exportar para a União Européia] e a não habilitada. A defasagem é estimada hoje entre R$ 2 a R$ 3 por arroba para a região não credenciada a exportar carne in natura para o mercado europeu. Somente no norte mato-grossense, a imposição da União Européia (UE), causa um prejuízo anual de R$ 77 milhões.

“Vamos propor apenas um ajuste à situação atual, que está descapitalizando o pecuarista e trazendo forte impacto à atividade pecuária. Acreditamos que uma correção de R$ 3 por arroba resolva esta defasagem para os produtores com propriedades rurais situadas na zona não habilitada”, afirmou o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Estado (Famato), Normando Corral.

Ele participou na última quarta-feira da reunião do CDA e ouviu o clamor dos pecuaristas. “Na reunião houve consenso para que criássemos um grupo de trabalho constituído por entidades e demais órgãos que compõem o Conselho, para estudarmos um modelo de compensação para os criadores, pois a situação já está começando a ficar insustentável”, defende Corral.

Levantamento da Famato aponta que mais de 50% de todo o rebanho bovino mato-grossense concentra-se hoje em áreas não habilitadas, com ênfase para as regiões norte/noroeste, Araguaia e Pantanal. Essas regiões – que concentram 54 municípios - respondem por mais de 13,5 milhões de cabeças de bovinos.

A área habilitada, segundo atualização cadastral realizada em dezembro de 2006 pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), conta com um rebanho de 12,53 milhões de cabeças. Sem a habilitação da região para exportar à União Européia, os pecuaristas mato-grossenses amargam prejuízos na comercialização do rebanho com um preço de venda menor se comparado ao valor praticado nos municípios que exportam.

DIFERENÇA - Atualmente, o preço adotado nas áreas não habilitadas do Estado gira em torno de R$ 51 a R$ 52/arroba, contra R$ 54 da região habilitada para exportação. E é esta diferença de 20% a 30% nos preços é que está tirando o sono dos pecuaristas.

Somente a região norte do Estado, tem um rebanho estimado de 11,34 milhões de bovinos. O Instituto de Economia Agrícola (Imea) da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), aponta que as perdas anuais em torno de R$ 77 milhões, são reflexo do status da área e as o déficit de R$ 1,98 por arroba, descontando-se o frete de Sinop a Cuiabá (503 quilômetros), que gira em torno de R$ 3 por arroba. Considerando que na maior parte da área não habilitada são abatidas 1,95 milhão de cabeças e há um excedente de 315,92 mil de animais que saem para abate em outras regiões, o total do prejuízo para os pecuaristas é de exatos R$ 76,84 milhões por ano.

ICMS – Outra reivindicação apresentada pelos pecuaristas, na última reunião do CDA, relaciona-se à redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o boi em pé. O secretário de Fazenda, Valdir Teis, solicitou à Famato explicações para o pleito dos produtores. Os pecuaristas reivindicam a redução da alíquota de ICMS de 7% para 3%.

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