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Pequenos agricultores do RS reclamam solução para endividamento

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) fez várias manifestações para chamar a atenção para o endividamento


A maioria das 250 mil pequenas propriedades rurais no Rio Grande do Sul está endividada por causa dos financiamentos para custeio e investimento nas lavouras. Para denunciar essa situação e reivindicar uma solução aos governos federal e do estado, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) fez várias manifestações na sexta-feira (23-03).

“A idéia é chamar a atenção para o endividamento das pequenas propriedades, que é resultado direto do modelo de agronegócio, baseado na monocultura, implantado no país”, disse Lecian Conrad, da direção estadual do MPA. Segundo ele, esse tipo de agricultura (monocultura) não permite que o pequeno produtor tenha uma renda constante. “Basta a gente atravessar algumas safras com problema de clima, que a situação se agrava cada vez mais”.

Os protestos, que fazem parte de jornada nacional do MPA, mobilizaram quase 3 mil produtores em assembléias, atos público, marchas e bloqueio de estradas. As maiores manifestações foram realizadas em Camaquã, Boa Vista das Missões e Santo Augusto, onde o trânsito foi bloqueado nas BRs 386 e 468. Em Santa Cruz do Sul, o MPA pediu o fim da exploração dos fumicultores gaúchos e o cumprimento da legislação ambiental, com a proibição do plantio de eucaliptos e pínus no estado.

Além de mais financiamentos e retomada dos programas oficiais, o MPA pede o fim da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para as residências rurais que consomem até 100 kilowatts por mês. “A medida, que isenta os grandes fazendeiros, afeta os pequenos agricultores”, reclama o movimento, que também reivindica o fortalecimento da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).

Na pauta de reivindicações ao governo federal, que foi protocolada na quinta-feira (22-03) em Brasília, o MPA defende o alongamento e a renegociação das dívidas acumuladas nos últimos 18 anos; um crédito de reestruturação da agricultura camponesa; o fortalecimento dos programas de habitação rural; garantia de preço e comercialização para a produção; seguro agrícola e manutenção dos direitos previdenciários para os trabalhadores rurais.

Em Porto Alegre, o movimento também protocolou a pauta de reivindicações ao governo do Rio Grande do Sul no Palácio Piratini, na Caixa estadual e na Secretaria de Agricultura.

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