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Pequenos agricultores querem mais acesso a terra

Representantes de entidades ligados aos pequenos agricultores reivindicaram nesta quarta-feira (24-11) mais acesso a terra, durante a abertura do 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA)


Representantes de entidades ligados aos pequenos agricultores reivindicaram nesta quarta-feira (24-11) mais acesso a terra, durante a abertura do 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA). Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, defendeu o controle sobre investimentos estrangeiros na compra de terras e a limitação do tamanho dos módulos rurais.

O representante da Via Campesina, Francisco Dal Chiavon, disse que a reforma agrária "só não avança mais no Brasil por causa dos entraves burocráticos e jurídicos". Ele afirmou, entretanto, reconhecer que governo federal está se esforçando para democratizar o acesso a terra. Para ele, "o agronegócio está destruindo a terra no país, mas os pequenos agricultores serão os guardiães deste patrimônio nacional."

Segundo a vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Alessandra Lunas, ainda há municípios cujos prefeitos não têm sensibilidade para reconhecer "o espaço importante que podem criar ao apoiar a atividade da agricultura familiar". Ela destacou que a experiência do Brasil nessa área está inserida na agenda mundial, como alternativa de produção. Afirmou ainda que 70% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros são provenientes desse setor da agricultura.

Representante de comunidades tradicionais, o indígena Dourado da Peba reforçou o pedido por mais acesso a terra. De acordo com ele, no estado de Mato Grosso há 2 mil índios esperando terra para produzir. “Eles passam por grande sofrimento por causa disso. Se fala em regularização fundiária, demarcação de terras para índios e quilombolas, mas não tenho visto resultado na prática". Segundo Peba, a produção baseada em sementes transgênicas está tirando “o lugar de muita gente que produzia feijão, milho e mandioca”.

Já o presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), Marco Augusto Pimentel, assinalou que PAA permitiu o aumento de renda do setor, além de diversificar o consumo. “A elite procura inviabilizar o PAA, mas o governo deve fortalecer o programa".

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