Perdas na Argentina devem chegar a 16 MT, diz Agrobrokers
faltará tamanho de grão e haverá problemas de rendimento e qualidade
Agrolink
- Leonardo Gottems
O impacto da seca na principal zona produtora de grãos da Argentina se agrava à medida em que se acumulam dias sem precipitações, levando especialistas a dizer que a situação é tão crítica com a do ano de 1996, quando as perdas foram devastadoras. Por outro lado, analistas asseguram que a alta nos preços das commodities compensará em 86% a produção que se perderia.
Algumas entidades agropecuárias criticaram esse ponto de vista. De acordo com os Consórcios Regionais de Experimentação Agrícola (CREA), divulgado recentemente, os produtores perderiam US$ 2.1 bilhões em função da seca.
Para o especialista em agronegócio Fernando Botta, sócio-gerente da consultoria Agrobrokers, até o momento as estimativas de produção de soja estão ao redor de 40 milhões de toneladas, uma vez que o cultivo registra uma perda de potencial de rendimento da ordem de 27%. “O panorama é bastante desolador. A projeção original para esta safra era de 56 milhões de toneladas e estamos calculando que chegará a 40 milhões”, afirmou Botta.
As reservas de água estão se esgotando e em algumas zonas não tiveram nenhuma gota de chuva desde o dia 15 de Janeiro e o cenário é muito complicado. Para o analista, se não chover nos próximos dias, as perdas devem se incrementar e o caso da soja seria pior. “Algumas estão sobrevivendo, mas faltará tamanho de grão e haverá problemas de rendimento e qualidade”.
“Em muitos casos à simples vista o cultivo não se vê tão mal, mas quando entre as máquinas será pior. A seca é mais similar ao que se está vivendo desde 1996 quando a média nos campos foi de 1200 quilos por hectare”, acrescentou.