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Perdas pós-colheita serão debatidas

Embrapa e Aprosoja promovem workshop nos dias 24 e 25 visando buscar soluções para um dos gargalos da produção


Embrapa e Aprosoja promovem workshop nos dias 24 e 25 visando buscar soluções para um dos gargalos da produção

Com objetivo discutir com pesquisadores, produtores, empresas e Universidades sobre as perdas que existem  tanto na cultura da soja quanto do milho no Brasil e no mundo, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), em parceria com a Embrapa Agrossilvipastoril e o Instituto ADM (Universidade de Illinois), organizam o primeiro Workshop de Perdas Pós-Colheita. O evento acontece entre os dias 24 e 25 deste mês no município de Sinop, no auditório da Embrapa. Segundo os organizadores, o que se pretende é juntar as pesquisas que já foram realizadas sobre perdas na colheita, transporte curto, armazenagem e transporte longo, reunindo as pesquisas e diversos palestrantes de nível nacional e internacional para que seja debatido o assunto e formado um Centro de Referencia de Perdas no Estado com a realização de diversos projetos de campo.


Um estudo do Institudo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisou e quantificou as perdas dos principais grãos da agricultura brasileira, reúnindo uma série de informações estatísticas de agricultura produzidas por diversos organismos, além das do próprio instituto. O trabalho se divide em duas partes: na primeira, analisa a quebra de safras ocorridas da semeadura até antes da colheita, entre 1996 e 2002 ; na segunda, sistematiza a origem e o destino dos principais grãos brasileiros (arroz, feijão, milho, trigo e soja) de 1997 a 2003. Também foi analisada a disponibilidade interna per capita de carboidratos, lipídios e proteínas obtidos do arroz beneficiado, farinha de trigo e feijão.

O estudo mostra que, se as perdas da primeira fase são resultantes de fatores mais incontroláveis, como clima e doenças, as perdas durante a colheita têm decorrido em função de erros sistemáticos de regulagem de máquinas ou de limitações próprias da colheita manual, que se repetem a cada safra. O mesmo ocorrendo na fase de póscolheita, quando as perdas ocorrem no armazenamento incorreto, ocasionando perdas na quantidade e na qualidade dos produtos estocados. Também a escolha do tipo de transporte tem contribuído para aumentar os desperdícios.

No Brasil, cerca de 67% das cargas brasileiras são deslocadas pelo meio rodoviário, o menos vantajoso para longas distâncias. Estudos de viabilidade econômica sustentam que o transporte rodoviário é o mais adequado para distâncias inferiores a 300 km, enquanto que o ferroviário, para distâncias entre 300 km a 500 km, e o fluvial, para acima de 500 km. Acrescente-se a isso o estado das estradas e o costume de os caminhões transportarem mais carga do que as carretas comportam. Segundo a Confederação Nacional de Agricultura, o prejuízo com o derrame de grãos durante o transporte rodoviário chega a R$ 2,7 bilhões a cada safra.


A disponibilidade interna de milho, no período estudado, foi quase sempre acima de 30 milhões de toneladas anuais, sendo sempre superior à dos demais produtos analisados. No ano de 2003, a disponibilidade interna chegou a 36,6 milhões de toneladas. No entanto, a disponibilidade poderia ter sido maior, não fossem as perdas, uma vez que a produção, um recorde, foi de quase 48 milhões de toneladas. Desse total, foram exportados 3,6  milhões de toneladas e perdidas 4,1 milhões de toneladas, no transporte ou no armazenamento.

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