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Período de estiagem deixa suas marcas no campo em MG

Já são mais de 90 dias sem chuvas no Norte de Minas e o gado já está morrendo


Período de estiagem já dá indícios de prejuízo no campo. Segundo informou a Emater/MG cerca de nove municípios entre eles Nova esperança está com a produção de milho e feijão praticamente perdida por conta do longo período de estiagem. Já são mais de 90 dias sem chuvas no Norte de Minas e o gado já está morrendo e há racionamento de água em algumas cidades.

Em alguns distritos de Montes Claros, o que tem salvado as pessoas é a água captada da chuva. As caixas de captação de água das chuvas são aliadas do produtor, já que é dali que se pode tomar banho, alimentar os animais, e acima de tudo, matar a própria sede.

A Emater da conta de que a produção de feijão e de milho foi praticamente acabada por causa da ausência das chuvas. Cerca de 70% da área plantada de milho e feijão estão perdidas.

Nesse tempo os produtores conduzem a agricultura irrigada com o plantio dos hortifrutigranjeiros, como a abóbora, pimentão, quiabo, o próprio feijão, entre outros. Há ainda a demanda do plantio das hortaliças em algumas propriedades.

As quedas na colheita da safra 2006/07 vão impactar seriamente a economia norte-mineira, conforme informou Arcanjo Marques,técnico em agropecuária, mas nada pode ser dito com precisão antes que toda as lavouras sejam colhidas e o relatório apresente os dados verdadeiros.

O técnico em agropecuária informa também que o capim não desenvolveu, apesar de ter chovido muito, por questões climáticas como o esgotamento dos solo. O Norte de Minas plantou uma média de 194 mil hectares de grãos nessa safra 2006/07.

No início do plantio dessa safra o coordenador técnico da Emater, Reinaldo Nunes de Oliveira havia dito que a expectativa é que fossem produzidas cerca de 350 mil toneladas de grãos só no Norte de Minas. O que equivale a 60% a mais da quantidade obtida no último ano, quando a lavoura foi prejudicada pelo veranico.

E por falar em veranico, Arcanjo conta que o período de estiagem desse ano pretende ser tão castigador quanto do último ano, quando houve muitas perdas na lavoura e na pecuária.

Segundo o extensionista, Ubaldo Ferreira Gonçalves os canaviais também estão sendo cuidados, já que é preciso alimentar os animais que podem ficar desnutridos nesse período da seca, justamente porque os pastos tendem a ficar pobres de nutrientes em alguns casos. A produção de gado de leite em 2005 teve queda significativa, aproximando-se dos 30% graças a redução da capacidade das pastagens. A esperança dos agricultores é que esse ano seja diferente.

Vale lembrar que o plantio de hortaliças tem crescido na região e os agricultores familiares encontram nessa atividade mais uma maneira de se alimentar e uma fonte de renda nesse tempo em que não se planta muita coisa seguindo os métodos naturais. Como a espera da chuva.

A lavoura de feijão também é outra cultura que é executada pelos produtores nesses meses. Ubaldo lembra que a seca compreende originalmente os meses de abril a setembro, mas com tantas mudanças climáticas pode-se ver chuvas em setembro e início de outubro. Alguns produtores preferem plantar hortaliças antes que as chuvas cheguem para que não haja risco de perdê-las, mesmo porque os canteiros ficam encharcados.

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