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Período para apagar a palavra crise

Perspectiva é que os preços das commodities estejam mais elevados em 2007


Perspectiva é que os preços das commodities estejam mais elevados em 2007. Depois de dois anos com queda na renda, o agronegócio deve retomar a rota de crescimento. A estimativa é que a receita obtida pela lavoura aumente 11% no ano que vem, somando R$ 112,2 bilhões, de acordo com previsões da RC Consultores.

"É o primeiro ano da ressurreição da agricultura depois da penúria", diz Fábio Silveira, da consultoria. Analistas de mercado acreditam que as principais commodities terão níveis de preços mais elevados que os de 2006, diante de uma conjuntura diferenciada tanto no mercado externo quanto no interno. "A alta é para apagar a palavra crise", diz Carlos Cogo, consultor da Cogo Consultoria Agroeconômica. Para o diretor da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, haverá recuperação, pois o aumento da produtividade e dos preços é que possibilitam mais renda e, no ano que vem, a safra será maior e as cotações tendem a estar elevadas.

Apesar de os preços poderem estar mais altos, o setor carregará 20% de suas dívidas para 2007. "Parte dos problemas será levado", avalia Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado. Por isso, em 2007, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pretende retomar a discussão do tema.

"Do jeito que está, a dívida é impagável", diz Carlos Sperotto, presidente da Comissão Nacional de Crédito Rural da CNA. Segundo ele, é preciso um estudo que mostre a real capacidade de pagamento, com prorrogação diferenciada da atual. Para Silveira, a saída é os produtores destinarem um percentual de suas safras para o pagamento dos débitos antigos, dando lastro à renegociação. "É trocar a dívida financeira por produto futura, uma espécie de recebível", diz.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Edilson Guimarães, diz não existir perspectivas de o governo renegociar dívidas no próximo ano como ocorreu em 2006 (ver matéria abaixo). "Até agora não há movimento neste sentido", diz. Segundo ele, o governo só terá idéia da situação financeira do produtor no fim da safra.

Diante de um quadro conturbado na sanidade em 2006, representantes das indústrias de carnes querem que esta seja uma das bandeiras da próxima gestão. "O governo tem que passar a encarar a sanidade como prioridade", diz Marcus Vinicius Pratini de Moraes, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec).

Para o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef), Ricardo Gonçalves, a prioridade é a implantação do mecanismo de regionalização - criação de uma espécie de circuitos que não impediriam a exportação em caso de contaminação em algum estado.

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