Pesquisa aplica Bio Protetor Claridosporium claridospoides como fungicida no café
Pesquisa da Biofábrica da Universidade Federal de Lavras
Agrolink
- Leonardo Gottems
Pesquisa da Biofábrica da Universidade Federal de Lavras (Ufla, de Minas Gerais) desenvolve o “Bio Protetor” – um produto à base do fungo Claridosporium claridospoides com ação fungicida e que beneficia a qualidade do café. “Ele produz um antibiótico e ainda exerce ação de parasitismo sobre os outros”, explica uma das cientistas envolvidas no estudo, a doutora em fitotecnia Sara Maria Chalfoun.
Sara, que é pesquisadora da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de MG), começou a estudar o Claridosporium claridospoides em 1989, quando ela estudava o papel de micro-organismos no aprimoramento da lavoura. “Já havia relatos desse fungo no Brasil desde 1957 em áreas em que o café tinha melhor qualidade. Mas sua presença apenas havia sido constatada [...] Vi que esse fungo não deixava que os outros, que são prejudiciais, crescessem. Ou seja, exercia uma ação antagônica sobre os outros fungos”, disse ela.
De acordo com a cientista, alguns desses outros fungos – que são popularmente chamados de mofo – podem produzir toxinas, mas isso é raro. As lavouras mais expostas as fungos maléficos são as localizadas em regiões muito úmidas, como as situadas junto a rios, corpos de água ou mesmo represas artificiais.
O Bio Protetor derivado do fungo Claridosporium claridospoides, de tom esverdeado e um aspecto semelhante à camurça, foi desenvolvido para ser inoculado no café. O produto biológico começou a ser fabricado em 2007, recebendo suporte financeiro da Ufla, Epamig e de uma recém-criada startup, a Tbio, que dá suporte à burocracia.
Segundo Sara, trata-se de suspensão concentrada do fungo agregada a uma substância que lhe confere aderência. Sem aditivos químicos, a formulação do Bio Protetor pode ser líquida ou em pó. Ainda em processo de registro no Ministério da Agricultura, o produto atualmente é testado em algumas fazendas.