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Pesquisa consolida sistema de alerta para monitorar pragas da soja na região

Participantes também visitaram a área de MIP, no espaço de integração Lavoura-Pecuária da Embrapa no evento


Em reunião realizada no início da quinta-feira (22), durante a 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, pesquisadores da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) se reuniram com técnicos da iniciativa privada, técnicos da Emater/RS-Ascar e produtores para ampliar e consolidar um sistema de alerta de pragas da soja, como lagartas e percevejos. Na sequência, os participantes também visitaram a área de Manejo Integrado de Pragas (MIP), no espaço de integração Lavoura-Pecuária da Embrapa no evento.

Segundo a pesquisadora da Embrapa responsável pela iniciativa, Ana Paula Afonso, o trabalho teve início em meados de 2018 por demanda da Emater/RS-Ascar. Como primeiro passo, foram realizados módulos de um curso com foco no manejo integrado da soja, abordando assuntos como solo, plantas daninhas, controle de insetos e colheita. A partir desses módulos, as instituições se organizaram para implementar o monitoramento junto a técnicos selecionados de 14 Unidades de Observação.

Cada profissional recebeu um caderno de campo, publicações orientadoras, uma lupa para celular e um pano de batida. O monitoramento é realizado semanalmente pelos técnicos e produtores, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro, e as informações coletadas enviadas em grupo de WhatsApp. A intenção, segundo Ana Paula, é prestar suporte em caso de infestações e registrar a ocorrência das pragas nas lavouras da região. “A ideia é o técnico estimular o produtor a usar essa metodologia” explica a pesquisadora.

Para Ana Paula, o monitoramento ainda é pouco utilizado na região, embora seja importante para evitar o uso indiscriminado de inseticidas sem necessidade. “Observamos muito produtor fazendo aplicação desnecessária. E isso preocupa a todos nós”, comentou o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Evair Ehlert, durante a reunião.

Uma amostragem a partir de 20 lagartas no monitoramento, por exemplo, indica nível de controle. Mas, os produtores aplicam produtos de forma preventiva, sem esse nível de controle. O que gera problemas secundários e aumenta os custos das lavouras. “Esse é o cenário do produtor de soja hoje”, complementa a pesquisadora.

O trabalho de monitoramento também prevê um boletim informativo, indicando a situação das pragas e as possíveis estratégias de manejo. “O que a gente espera é que produtores e técnicos tenham a consciência de fazer ou não aplicações. E, caso seja necessário, que procurem produtos seletivos, que não eliminem os inimigos naturais das pragas”, completa.

Outra preocupação é com a identificação correta dos insetos, já que determinados produtos são específicos para controle de algumas espécies, mas de outras não. Atualmente, existem 30 formas diferentes de atuação dos inseticidas, conforme o Comitê Brasileiro de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC).

A identificação correta, conforme Ana Paula, é a base do Manejo Integrado de Pragas (MIP), para que então o produtor possa escolher de forma consciente um produto mais seletivo e, assim, manter uma boa sanidade da lavoura. “Mas isso depende muito do produtor. Ele tem que estar aberto e deve querer monitorar”, finaliza.

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