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Pesquisa inédita do Fundecitrus valida o uso de drone para o controle químico do inseto transmissor do greening

Ferramenta alcança mortalidade superior a 80% dos psilídeos adultos, trazendo novas perspectivas para o controle da doença


Foto: Fundecitrus

Uma pesquisa desenvolvida pelo Fundecitrus demonstrou a eficiência do uso de drones para o controle químico do psilídeo, inseto transmissor do greening. O objetivo é que esta seja uma ferramenta complementar para o manejo da doença dentro das propriedades de citros.

No estudo, as aplicações mostraram-se eficazes no controle de insetos adultos, alcançando mortalidade acima de 80%. O trabalho é pioneiro, pois não há registro do uso de drone para o controle químico do psilídeo na citricultura ocidental, e foi feito em parceria com a startup Anáhata Serviços Agronômicos.

Praticidade e agilidade nas aplicações

Dados do levantamento anual de greening realizado pelo Fundecitrus mostram que a doença alcança o maior patamar de incidência desde sua identificação no país, em 2004 – está presente em 22,37% das laranjeiras do cinturão citrícola, o que equivale a mais de 43 milhões de árvores doentes.

Como não há cura, procura-se evitar a infecção de novas plantas por meio de uma série de medidas integradas que devem ser adotadas dentro e fora dos pomares comerciais.

Para o pesquisador do Fundecitrus Marcelo Miranda, responsável pelo estudo, o drone é mais uma alternativa dentre as medidas recomendadas, aliando ciência e tecnologia. “O drone traz um tanque de pulverização acoplado a sua estrutura e pode complementar as pulverizações terrestres feitas com tratores e substituir os aviões em algumas situações, agregando novas possibilidades ao citricultor”, comenta.

O drone tem o diferencial de alcançar talhões de difícil acesso, faixas de borda (independente do sentido do plantio e relevo) e também se destaca em aplicações de emergência, que precisam ser feitas rapidamente – como após períodos de chuvas intensas, que removem os produtos e deixam as plantas desprotegidas, e em caso de pico populacional do psilídeo, que pode implicar em dificuldades operacionais por exigir deslocamento rápido de equipamentos que estejam em uso para o manejo de outras pragas e doenças.

Além disso, o drone requer menor investimento e infraestrutura em relação a aviões, por não precisar de pista de pouso, beneficiando pequenos e médios citricultores. E também beneficia o meio ambiente, pois não há queima de combustível fóssil.

A operação é totalmente automatizada, e começa com a parametrização da área a ser tratada por georreferenciamento. Por meio de um aplicativo, são feitas todas as configurações necessárias, sem necessidade de controle manual do equipamento.

O uso de drone para pulverização é um avanço para o controle da doença, afirma Miranda. “É mais um passo para a manutenção da sanidade, competitividade e sustentabilidade da citricultura brasileira”, enfatiza. “A tecnologia já está validada e o produtor que quiser utilizá-la, pode buscar uma empresa especializada para adquirir um drone ou alugar o serviço”, explica.

Há perspectivas do uso do drone também para o controle de outras pragas e doenças dos citros e para aplicação de produtos biológicos.

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