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Pesquisa mostra eficiência de géis na liberação controlada de herbicidas

Uso do produto diminui a contaminação da água por defensivos agrícolas


Pesquisa mostra eficiência de géis sintetizados para liberação controlada de herbicidas

Uso do produto diminui a contaminação da água por defensivos agrícolas

Pesquisa realizada no campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar aponta uma alternativa para a liberação controlada de herbicidas, diminuindo a contaminação da água por defensivos agrícolas. O estudo, desenvolvido como dissertação de mestrado do Programa de Pós–Graduação em Ciência dos Materiais foi elaborado por Patrícia Allue Dantas, sob orientação de Vagner Roberto Botaro, professor do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM) da Universidade. No trabalho foram avaliados géis sintetizados que mostraram–se ótimos materiais para encapsulamento do herbicida Paraquat – tipo de herbicida largamente utilizado.

O trabalho de pesquisa teve como objetivo sintetizar e caracterizar géis de acetato de celulose. Após a síntese, os géis podem ser empregados em sistemas de liberação controlada para alguns medicamentos e também para encapsular herbicidas, pois atualmente são utilizados polímeros naturais como semiembalagem. É o caso do plástico solúvel em água que é constituído de amido, usado para não expor o agricultor ao defensivo (herbicida), que tem alto potencial cancerígeno.

O professor Botaro explica que os géis avaliados no estudo mostraram liberação controlada do herbicida em sistemas aquosos em intervalos de tempo. De acordo com ele, "estes resultados são promissores e futuras aplicações em campo serão estudadas".

O mercado de defensivos agrícolas no Brasil, em 2009, movimentou cerca de R$ 12,9 bilhões, demonstrando que o estudo envolvendo herbicidas é rentável e interessante, já que este mercado encontra–se em crescente expansão e também investe em pesquisas. O grande problema na aplicação dos herbicidas é que, na maioria das vezes, a aplicação é feita de maneira direta sobre o solo, folhas ou raízes das plantas. Não são raras as contaminações de lençóis freáticos resultantes dessa prática.

A celulose, base dos géis estudados, é uma das matérias–primas mais abundantes em nosso país. O Brasil é o quarto maior produtor mundial de celulose e, em 2010, já tinha 2,2 milhões de hectares de florestas plantadas no território nacional, segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).

A defesa de dissertação do trabalho "Géis Superabsorventes de Propionato Acetato de Celulose e Acetato de Celulose: Síntese, Caracterização e Liberação Controlada de Pesticida" foi realizada no último dia 16 de dezembro, no campus Sorocaba da UFSCar. Mais informações sobre o estudo podem ser obtidas pelo e–mail [email protected].

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