Duplicar a produtividade do etanol sem precisar aumentar a área de cultivo da cana-de-açúcar. Esta é a proposta de uma pesquisa realizada pela Escola de Engenharia de Lorena, da Universidade de São Paulo (USP), no Vale do Paraíba. Com o método proposto, 50% do bagaço é transformado em celulose e, desse total, até 90% é convertido em glicose, potencializando a produtividade, sem necessidade de aumento significativo de plantações. O processo é feito por meio de tratamento térmico do bagaço de cana a vapor, elevando a temperatura até 200 graus Celsius.
Uma série de reações químicas ocorre até a obtenção da glicose, que é fermentada para se chegar ao etanol. "Estima-se que para cada tonelada de cana, que hoje produz 80 litros de etanol, poderíamos passar a produzir de 140 a 160 litros", diz Luis Ricardo Martins de Oliveira, que prepara tese de doutorado sobre o assunto sob orientação do professor-pesquisador Adilson Roberto Gonçalves.
Oliveira torce para que os testes aprovados dentro da micro usina da universidade possam despertar o interesse das grandes empresas para comprovar a viabilidade econômica dos estudos. "Se houver interesse político, certamente chegará às indústrias, usinas e nos postos de combustíveis, alcançando metas mundiais de dependência do petróleo, preservando o meio ambiente", diz.
O projeto foi premiado no IV Simpósio sobre Biotecnologia em Etanol e Biodiesel em julho em Piracicaba (SP), por ter demonstrado o melhor aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar.
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