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Pesquisa quer incentivar a produção de palmito no Litoral Norte do RS


A produção de bananeiras e palmiteiros em uma mesma propriedade é um estudo que a Fepagro Litoral Norte, centro de pesquisa vinculado a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, está iniciando em parceria com agricultores do município de Maquiné. A meta é incentivar a preservação do palmiteiro, uma espécie nativa da Mata Atlântica que vem sofrendo drástica redução devido a exploração predatória clandestina.

Segundo Rodrigo Favreto, pesquisador que vem coordenando o projeto, a comercialização intensa do produto começou na década de 40, quando muitas indústrias de conserva se espalharam pela região da Mata Atlântica, que abrange do sul da Bahia ao Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Apesar da existência de uma legislação regulamentando os procedimentos de exploração, a situação de empobrecimento de muitos agricultores associado ao fato da alta valorização do produto no mercado têm sido os motivos que dificultam a desacelaração do corte desenfreado. A conseqüência é a redução das variedades genéticas de palmiteiro, podendo até mesmo exterminar essa espécie florestal.

A escolha de conjugar a produção de palmiteiro com as bananeiras foi feita com o propósito de aproveitar uma cultura abundante no Litoral Norte do Estado e possibilitar também aos agricultores uma alternativa de renda viável para melhorar suas condições econômicas.

As experiências com o "Euterpe eudulis", nome científico do palmiteiro juçara, vai permitir aos pesquisadores avaliarem as diferentes formas de plantio, pois até hoje são poucos os estudos sobre a conservação do palmiteiro em meio cultivado no Rio Grande do Sul. Para Favreto, as indicações preliminares mostram um potencial promissor para cultura na região, pois os agricultores e técnicos vem observando que essa espécie florestal cresce mais rápido em meio aos bananais do que nas florestas, devido à luz e a fertilidade do solo.

O pesquisador comenta ainda que devido ao potencial existente, já há possibilidade até de se ampliar o projeto. “Estamos buscando parceiros, como o Centro Ecológico de Dom Pedro de Alcântara, a Associação Ação Nascente Maquiné (Anama) e outras instituições para auxiliar a expansão dos trabalhos desenvolvidos”, salienta.

“O palmiteiro oferece uma alternativa pouco explorada: a agroindustrialização da fruta, que é similar ao açaí e tem preço mais atrativo no mercado do que o palmito in natura”, explica Favreto ressaltando que há apenas um indústria de processamento da fruta no Litoral Norte. A pesquisa com essa alternativa ainda está em fases de estudos e negociação, mas um outro experimento deve começar a partir de 2005, desta vez com a investigação do cultivo da palmeira real, uma espécie exótica importada da Austrália, que vem atraindo a curiosidade e os investimento dos agricultores da região.

Os estudos com bananeiras e palmiteiro devem continuar a ser realizados até dezembro de 2005, conforme a previsão inicial. As propriedades rurais participantes da pesquisa foram selecionadas por técnicos da Emater, que também vem acompanhando o desenvolvimento do projeto.

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