Pesquisa testa galinhas em sistema agroflorestal
A pesquisa simula a criação em ambiente semelhante a uma floresta

Desenvolver uma criação de galinhas livres,com mais bem-estar, aproximando as aves do habitat natural e gerar produtos de maior valor. Esse é o objetivo da criação em sistema agroflorestal. A pesquisa desenvolvida pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), simula a criação em ambiente semelhante a uma floresta, em Piracicaba (SP).
O estudo, fruto do trabalho da engenheira agrônoma Nina Publio Camarero, busca um sistema inovador para a avicultura brasileira, criando as aves em áreas já ocupadas pela agricultura. As galinhas podem ajudar no controle de daninhas na atividade agrícola além de fertilizar a área pelas excretas que têm grande concentração de nitrogênio. O galinheiro é móvel e o pastejo rotacionado em espécies forrageiras espontâneas da região.
Também foi realizado um comparativo com um segundo tratamento, com galinhas poedeiras em sistema confinado livres de gaiolas, para ver a qualidade dos ovos. Não houve muita diferença. O único aspecto foi a cor da gema mais forte em galinhas do sistema agroflorestal, aspecto importante na aceitação do produto final junto ao consumidor. A produção de ovos foi maior no sistema agroflorestal.
As galinhas se mostraram mais ativas para explorar o ambiente ciscando e também tomaram mais banho de areia, atividade que dá conforto. Também foram registradas bicagens mais agressivas pelo desenvolvimento da hierarquia entre as aves.
“A criação de aves em sistema agroflorestal é muito promissora por associar a criação de animais em ambientes próximos ao natural. Além disso, resulta em aumento na rentabilidade de sistemas já consolidados com espécies agrícolas”, destaca a pesquisadora.