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Pesquisa vai aprofundar Ferrugem Asiática

Os danos provocados pela ferrugem asiática são de US$ 2,8 bilhões por safra


Foto: Arquivo

A Ferrugem Asiática é considerada hoje uma das piores doenças que acometem a soja, especialmente no Brasil. Algumas estratégias são adotadas pelos produtores para combater a sua proliferação, como o vazio sanitário, monitoramento de lavoura e aplicação de defensivos.

Segundo dados do Consócio Antiferrugem, os danos provocados pela ferrugem asiática são de US$ 2,8 bilhões por safra, podendo resultar em até 80% de perdas em uma lavoura. Na safra 2020/21 já são registradas 375 ocorrências. 

Agora um aporte que vem da pesquisa poderá ajudar a entender o fungo causador da doença, o Phakopsora pachyrhizi. O consórcio internacional de pesquisa ASR Genome Consortium, formado por 12 entidades de pesquisa, acaba de disponibilizar publicamente dois novos genomas de referência do fungo.

O primeiro genoma foi sequenciado, montado e disponibilizado à comunidade científica em 2019. Na ocasião, outros dois genomas obtidos por parceiros foram inclusos no Consórcio. Com o avanço na consolidação de dados sobre os três genomas em conjunto, será possível aprofundar o conhecimento sobre a variabilidade do fungo  e conhecer a organização de seus genes em vários níveis, por exemplo, identificando genes compartilhados e ativos durante o parasitismo, avalia a pesquisadora Francismar Marcelino Guimarães, da Embrapa Soja. 

“As informações obtidas dos três genomas de referência permitem elevada confiabilidade aos dados, além da possibilidade imediata de estudos comparativos em nível genômico”, explica a pesquisadora. 

Os resultados da pesquisa possibilitarão maior compreensão dos alvos de ação no fungo, em nível do seu DNA, por um produto químico, ou mesmo o desenvolvimento de novas soluções que ajam de forma mais assertiva. 

Os genomas de referência foram coletados na América do Sul, região produtora de soja atingida pela alta agressividade da ferrugem da soja. “O acesso a esta variabilidade permitirá ampliar a compreensão da elevada adaptabilidade e evolução deste fungo, auxiliando no entendimento das mutações que foram acontecendo em diferentes safras e o processo de resistência desses fungos aos fungicidas e também aos genes de resistência presentes na soja”, reitera a Francismar

O consórcio é formado por entidades públicas e privadas. Tem como parceiros a Bayer, a fundação 2Blades, o Sainsbury Laboratory, as Universidade Alemãs de Hohenheim e de RWTH Aachen, o Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica (INRAE-França) e a Universidade de Lorraine (França), além do Joint Genome Institute (JGI, EUA), da Keygene, da Syngenta e a Universidade Federal de Viçosa (Brasil) e a Embrapa.
  

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