Pesquisadores querem “construir estradas” nas plantas
Elas movem material genético pela parede celular
Agrolink
- Leonardo Gottems
Foto: Pixabay
Os pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um método para criar “estradas” nas plantas por meio da edição genética. À medida em que a planta cresce, move o material celular dos locais de fabricação para a zona de construção da parede celular. A ideia é facilitar esse processo.
Acredita-se que as proteínas de transporte, chamadas proteínas motoras, movam essa carga da parede celular através de “um complexo sistema rodoviário composto por faixas de microtúbulos”. A posição desses trilhos deve ser estabilizada para que a carga seja entregue nos locais corretos, indicam os pesquisadores da universidade.
O laboratório Dixit, da Universidade de Washington, que em um estudo publicado em 2018 descobriu que os freios moleculares que mantêm a proteína motora Arabidopsis Fragile Fiber 1 (FRA1) sob controle, indicou em pesquisas em andamento que o FRA1 define seu caminho através das proteínas de desacoplamento do microtúbulos de celulose sintase (CMU). A nova pesquisa foi publicada em 2 de junho na The Plant Cell.
"Se a proteína FRA1 estiver ausente, as faixas de microtúbulos ficam frouxas e se desprendem da membrana plasmática", disse Ram Dixit, professor associado de biologia nas Artes e Ciências e co-presidente do programa de pós-graduação em biociência de plantas e micróbios. “E lá vai um sistema rodoviário ordenado e um modo de navegação”, completou.
A equipe descobriu que a interação com o FRA1 afetava a estabilidade posicional das faixas, regulando os níveis de proteína da CMU, impedindo a degradação da proteína da CMU e mantendo sua presença nas faixas do microtúbulo. Os pesquisadores descobriram que a fosforilação da região da cauda do FRA1 inibe sua interação com as CMUs, fornecendo às células vegetais uma maneira de controlar os níveis de CMU e, assim, rastrear a estabilidade.
"Nosso trabalho muda o paradigma das proteínas associadas aos microtúbulos que regulam a atividade das proteínas motoras", conclui.