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Pesquisas e tecnologia da Embrapa beneficiam agricultura familiar


As pesquisas e as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) visam hoje um segmento cujo papel é fundamental na economia brasileira: a agricultura familiar. A contribuição, segundo o diretor-presidente Clayton Campanhola, se destaca na modernização de sistemas gerenciais, na verticalização da produção, na descoberta de nichos de mercado e também no desenvolvimento de atividades não-agrícolas como complementação de renda.

A empresa, que hoje comemora 31 anos, trabalha com mais de 30 tipos de produtos direcionados ao que Campanhola considera "prioridade na sua missão institucional". E ele acrescenta: "A segurança alimentar está diretamente relacionada ao destino da Embrapa". Cita como exemplo o fato de o Brasil ser hoje o terceiro maior produtor mundial de frutas, com destaque para a região Nordeste, onde também foram desenvolvidos projetos de dessalinização de água salobra.

A região também ganhou acesso a sementes melhoradas de milho e feijão, mini-usinas de processamento de algodão, minifábricas de beneficiamento de castanha de caju e técnicas de produção de hortaliças em comunidades rurais. Por meio do controle biológico, a aplicação de agrotóxicos pode ser reduzida em até 60%. Pragas como a lagarta da soja, a broca da cana-de-açúcar, a lagarta do cartucho-do-milho, a cigarrinha-das-pastagens e o pulgão-do-trigo são controladas com o uso de seus próprios inimigos naturais, com impacto mínimo ao meio ambiente.

Cerrado

Outra região brasileira beneficiada foi o Cerrado. A pesquisa agropecuária transformou, segundo o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, "o deserto em um oásis". Hoje, os 204 milhões de hectares de terras abrigam 41% do rebanho bovino e são responsáveis por quase metade da safra brasileira de soja, milho, arroz e feijão. Maggi destaca o desenvolvimento de variedades agrícolas compatíveis com a região, por meio do aprimoramento genético, e o repasse de informações aos produtores sobre o preparo da terra e o próprio plantio.

Nos últimos anos, o tradicional cenário caracterizado pela produção de grãos foi enriquecido com a presença do algodão, do girassol, da cevada, do trigo e da seringueira. A seringueira é uma árvore nativa da Amazônia, mas experimentos realizados pela Embrapa estão introduzindo esta cultura no Cerrado. A planta pode ser utilizada no reflorestamento, ajudando na conservação do solo e da água.

Já a cevada, uma planta típica de clima frio, ocupa atualmente mais de 2.000 hectares plantados com potencial de produção superior a cinco toneladas por hectare. E o malte produzido no Cerrado possui o teor de proteína inferior a 12% exigido pela indústria e vem suprindo parte da demanda do mercado cervejeiro nacional.

Outra descoberta da Embrapa que beneficiou o cerrado foi o gesso agrícola. Subproduto da indústria de fertilizantes fosfatados, ele é utilizado para corrigir a deficiência de cálcio dos solos do Cerrado, que limita o crescimento das raízes. A aplicação do produto favorece o aprofundamento das raízes e permite que as plantas resistam ao período de seca.

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