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Petrobras busca mais sócios no exterior e prioriza o Japão

A Petrobras está fazendo parcerias no exterior para construção ou arrendamento de estruturas de tancagem


Com o objetivo de crescer no ramo de trading, a Petrobras está fazendo parcerias no exterior para construção ou arrendamento de estruturas de tancagem e avança nas negociações com o Japão para uso de álcool na geração térmica. De acordo com o gerente-geral de Planejamento e Gestão da Área de Abastecimento da estatal, Paulo Maurício Cavalcante Gonçalves, já há conversas com o Panamá para criação de um armazém com capacidade de 5 milhões de barris de combustíveis. Com o Japão a empresa negocia a exportação de álcool por meio de uma joint venture formada com a empresa japonesa Nippon Alcohol. De acordo com o executivo, o mercado japonês vai absorver a maior parte dos 3,5 bilhões de litros do combustível que a estatal pretende exportar em 2011.

O Panamá foi escolhido para a nova fase de expansão por sua posição estratégica. “A partir de lá, temos acesso aos mercados do Atlântico e aos do Pacífico”, diz Gonçalves, que participou ontem de evento promovido pela Organização Nacional da Indústria de Petróleo (Onip). Estão sendo estudadas ações semelhantes na Europa e na Ásia. A idéia é vender tanto produtos da Petrobras como de outras empresas.

Hoje, a companhia já faz isso com o óleo combustível. A estatal compra o óleo de outras produtoras e o fornece para Cingapura. No momento, a Petrobras dispõe de cinco navios exclusivamente para este tipo de operação de uma frota com 157 embarcações, entre próprias e afretadas. “Para que uma empresa cresça, ela precisa de mercado. Podemos vender um volume de combustível maior do que produzimos. Companhias do mundo inteiro fazem isso”, afirma Francisco Pais, assistente da diretoria de Abastecimento da Petrobras.

No caso do álcool, a venda ao exterior vai se limitar ao excedente produzido no Brasil. A Petrobras não pretende entrar na fase de produção do combustível e sim no seu transporte e comercialização. Para isso, a empresa planeja investir mais de US$ 1 bilhão na modernização e construção de alcoodutos e firmou parceria com as japonesas Mitsui e com a Nippon Alcohol para venda do produto. A primeira deve participar como investidora em projetos de usinas canavieiras no Brasil. A segunda atuará com a Petrobras no escoamento da produção. Inicialmente, estava prevista a venda de álcool ao Japão para adição na gasolina. Novos estudos apontaram o mercado de geração térmica como uma nova alternativa. De acordo com Gonçalves, o álcool alimentaria um conjunto de térmicas com capacidade de geração equivalente a 40% da energia gerada no Brasil. Testes em usinas japonesas e brasileiras já estão sendo feitos.

A estatal também avalia a compra de uma refinaria em território japonês, assim como em outros países da Ásia e da Europa. Sem dar detalhes, Gonçalves afirmou que no primeiro trimestre de 2007 o local da nova refinaria seria decidido. Paralelamente, a empresa avança nos estudos para a refinaria Premium, assim chamada pela elevada qualidade que terá seus produtos. Esta será no Brasil, em local ainda não definido, e processará 500 mil barris de petróleo por dia, tornando-se a maior refinaria da empresa no Brasil. Além destas, outras duas estão previstas, uma em Pernambuco e outra no Rio de Janeiro, esta última voltada para produção de insumos petroquímicos.

Gonçalves afirmou ainda que a Petrobras avalia tirar da gaveta o projeto de sua terceira unidade de fertilizantes. Os planos haviam sido suspensos desde a crise com a Bolívia, já que o suprimento de gás para a unidade viria da ampliação do gasoduto que nos conecta àquele país. Segundo o executivo, o arrefecimento da crise já permite a retomada dos estudos. A planta processará 2 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o equivalente ao que hoje é usado nas duas unidades instaladas na Bahia e em Sergipe. A previsão é que a unidade comece a operar em 2012 e que consuma investimentos de US$ 830 milhões. A produção é estimada em 1,2 milhão de toneladas de fertilizantes anuais. Uma quarta unidade com operação a partir de 2015 deve ser incluída no planejamento estratégico de 2007.

Bolívia

A Petrobras concluiu nessa quarta-feira (06-12) os reparos no duto de 28 polegadas para escoamento de gás natural do Campo Sábalo, na Bolívia, que havia sido danificado por chuvas fortes em abril. Durante os 14 dias de trabalho, foram enviados 3,3 milhões de metros cúbicos diários de gás natural por um duto alternativo de 8 polegadas. Além do duto alternativo, a produção do campo de San Alberto foi elevada para cumprir os compromissos de exportação para o Brasil.

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