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PIB do setor sucroenergético vai passar de US$ 43 bilhões na safra 2013/14

Valor é maior que o PIB de mais de 100 países


A Comissão de Minas e Energia apresentou estudos sobre a avaliação dos efeitos positivos do uso do etanol na economia, no meio ambiente e na saúde da população. A reunião aconteceu ontem, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima, representando o governador Marconi Perillo, além do presidente do Fórum Nacional do setor Sucroenergético, André Rocha.

Na atual safra 2013/14, o PIB do setor sucroenergético somou U$ 43,4 bilhões (ou cerca de R$ 94,6 bilhões), aumento de 44% em relação à safra de 2008/9. O valor é maior que o PIB de mais de 100 países, segundo ranking do Fundo Monetário Internacional de 2013. Em impostos, o setor contribuiu com cerca de US$ 8,5 bilhões (R$ 18,7 bilhões).

O setor movimentou U$ 107 bilhões (R$ 234,4 bilhões) na cadeia produtiva. Só com o etanol, as exportações somaram US$ 1,67 bilhão, ou R$ 3,6 bilhões. O etanol também tem participação expressiva na geração de postos de trabalho, gerando cerca de 1 milhão de empregos diretos, número que atinge 3,6 milhões se computados também os indiretos e informais.

Esses dados constam do estudo “Setor Sucroenergético, desafios e oportunidades da safra 2013/2014”, que o professor Marcos Favas Neves, titular do Departamento de Administração da USP de Ribeirão Preto, apresentou nesta quarta (28.05) em audiência pública na Câmara dos Deputados, convocada pela Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético para discutir a crise do setor e a criação de novas políticas públicas.

No entanto, apesar da força da participação do setor na economia brasileira, o etanol vem enfrentando séria crise desde 2008, com perda de sua competitividade dentro e fora do País.

O secretário disse que o governo de Goiás é solidário à crise do setor pelo o que ele representa na economia de Goiás, gerando empregos e renda para todos segmentos da economia nos municípios onde abrigam usinas de etanol e açúcar.

Ele destacou ainda que, é possível ver os efeitos do setor, observando o mapa goiano que mostra a maior parte das usinas concentradas na região sudoeste, uma das mais prosperas do Estado. “Goiás vai sofrer grandes prejuízos, tanto social quanto econômicos se não forem encontradas politicas públicas adequadas que levem em conta a importância estratégica do setor”, defende.

A descontinuidade das políticas públicas brasileiras na área de energia fez com que o país perdesse a liderança mundial na produção de etanol. Em 2000, as usinas dos Estados Unidos produziam apenas 47% do volume de etanol das brasileiras. No ano passado, a produção nos EUA representou mais que o dobro da brasileira (217%).

Economia

O País teria um gasto adicional anual de R$ 430 milhões nas despesas com saúde pública se todos os carros rodassem apenas com gasolina. Caso os veículos circulassem com gasolina aditivada com 25% de etanol anidro, sem o etanol hidratado utilizado nos carros flex, esse adicional seria de R$ 280 milhões por ano. Já num terceiro cenário em que fosse mantido o mesmo nível de participação de etanol observado em 2009, de 31% da matriz nacional de combustíveis, o País, poderia ter uma economia adicional de R$ 68 milhões anuais nas despesas com saúde.

Impactos na saúde

A constatação é de outro estudo denominado ‘Cenários de mudança no perfil de consumo do etanol/gasolina e impacto epidemiológico estimado em saúde’, de autoria do pesquisador Paulo Saldiva, médico e professor da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), sobre os benefícios para a saúde pública que o uso do etanol usado como combustível de veículos urbanos pode promover nas maiores regiões metropolitanas do país.

O estudo constata que, no primeiro cenário, no qual os veículos usassem apenas gasolina, o número de internações por problemas respiratórios e cardiovasculares nos principais centros urbanos do País aumentaria em 9.247 e o de mortes, 1.384. No segundo cenário, com os carros circulando somente com gasolina acrescida de 25% de etanol anidro, esses números cairiam para 6.553 internações e 856 mortes. Já no terceiro cenário, mantendo-se o nível de participação do etanol na matriz de combustível em 2009, haveria uma redução de 505 internações e de 226 mortes por ano.

Meio ambiente

Para agencia ambiental americana, gasolina gera danos de US $0,116 por litro consumido devido à emissão de CO2, equivalente a R$ 0,27 por litro; enquanto isso, governo brasileiro incentiva uso da gasolina em detrimento do etanol, que reduz emissão de CO2 em 90% comparado com a gasolina.

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