Planejamento reduz gastos e melhora ganhos na lavoura
Na tentativa de superar a crise, produtores apostam na condução racional da safra
Planejamento. Esta é a palavra de ordem nesta safra. Há 20 anos trabalhando no setor, o produtor Maurício Okimura toca cerca de 100 alqueires em sociedade com o irmão Mauro, divididos entre o plantio de soja e milho no Distrito de Paiquerê, zona sul de Londrina.
Para a safra deste ano, os irmãos Okimura já plantaram o milho numa área arrendada de 25 alqueires, enquanto o restante será plantado com a soja. "70% da área já está coberta. Só estamos esperando a chuva para terminar o plantio", diz Maurício.
As perspectivas são animadoras. O fôlego maior deve vir com a safra deste ano, já que o custo de produção vai ser menor. O adubo que na última safra custou entre R$ 700 e R$ 750 a tonelada, este ano está em R$ 500/t. "Essa redução vai ajudar já que não há como cortar o uso do adubo. É ele um dos principais insumos que nos garante a saúde do solo e a boa produtividade".
Além dos cuidados técnicos com a lavoura, Okimura também se mantém informado sobre a situação dos mercados interno e externo. "Os Estados Unidos vão plantar mais milho este ano. Consequentemente vão diminuir a área de soja. Já na região do Mato Grosso estão diminuindo a soja para plantar o algodão. Então, calculo que será um bom ano para a soja, tanto em preço quanto em produtividade", afirma o produtor, que aumentou a área nesta safra, mas preferiu não revelar números.
Situação bem diferente dos dois últimos anos, quando os irmãos enfrentaram problemas com o crédito limitado e o baixo preço da soja. "Não conseguimos saldar as dívidas das safras passadas, mas estamos renegociando com a cooperativa. Com o crédito limitado, é preciso renegociar".
A renegociação, explica Maurício, é feita através de um contrato com a cooperativa que estipula um valor das sacas colhidas, tanto da soja quanto do milho. "Deu certo. Este ano já temos contrato de R$ 28 a saca de soja". O preço é maior que há duas semanas, quando a saca estava cotada a R$ 26. "No ano passado chegamos a R$ 31. Este ano, não é possível prever se alcançaremos o mesmo valor", diz.
Apesar do planejamento, nem sempre tudo funciona, até mesmo porque os produtores dependem do fator climático. "Temos que ficar alertas porque estamos sempre sujeitos a intempéries".