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Plano de revitalização das ferrovias prevê gastos de R$ 10 bilhões


Com o transporte prestes a entrar em um colapso nervoso a qualquer momento por causa da sua precariedade na infra-estrutura e com um novo recorde de produção na safra da soja à vista, a pressão aumenta em todos os níveis, inclusive no governo e nas concessionárias ferroviárias. Bernardo Figueiredo, representante do Ministério dos Transportes e diretor da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, disse que existe um plano de revitalização das ferrovias pronto cuja demanda de investimentos totaliza R$ 10,665 bilhões.

O executivo, que participou ontem em São Paulo do seminário "Crise anunciada: o escoamento da safra de 2004", promovido pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), afirmou ainda que esse plano dividiu a malha ferroviária em trechos. O primeiro deles, o chamado de trecho crítico, está orçado em R$ 2,789 bilhões e deverá, em 60 dias, ter uma resposta de como será feita essa reforma. "As concessionárias assumiriam os investimentos desde que tivessem, em contrapartida, a revisão do valor de arrendamento. A soma é de R$ 320 milhões e eles querem uma redução de 70%. Esse assunto está em discussão", disse Figueiredo.

O trecho seguinte a entrar na pauta de discussão, em junho, é o chamado "fase I", que tem um orçamento de R$ 2,526 bilhões. "Estamos esperando ser definida a questão da parceria público-privado (PPP) para daí começarmos a falar da fase I", afirmou o diretor da Valec. Segundo ele, tanto o trecho crítico quanto o da fase I deverão ser definidos até 2007. O último trecho, o batizado de fase II e onde será alocada a maior fatia do investimento, R$ 5,350 bilhões, começa a ser discutido a partir de 2007. No total, o plano deverá gerar cerca de 302 mil empregos.

Disposição chinesa

Figueiredo informa ainda que a China, importante comprador de soja e minérios brasileiros se dispõe a investir até US$ 10 bilhões em ferrovias, rodovias e portos brasileiros. O objetivo, segundo o executivo, é que a China quer que o Brasil mantenha o fornecimento desses produtos a preços competitivos. "Um proposta está sendo elaborada pelos ministérios dos Transportes, Relações Exteriores e do Planejamento e deverá ser apreentada aos chineses até maio", afirmou o executivo da Valec.

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