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Plano Safra 2004/05 vai contar com novidades


O plano brasileiro de safra, para o período 2004/05, que será divulgado em maio pelo governo federal, contará este ano com quatro novidades: a regulamentação do seguro rural, a instituição de um certificado de depósito agropecuário (CDA), com a finalidade de atrair investidores para financiar a estocagem no Brasil, a criação de um fundo de investimento que atue especificamente no agronegócio, e o lançamento de leilões de contratos de opção pela iniciativa privada.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que participou, em São Paulo, da solenidade de encerramento do Seminário "Perspectivas para o Agribusiness em 2004 e 2005", promovido pela Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F), disse que o plano para a próxima safra será uma matriz, ou seja, referência para o planejamento de todas as safras futuras. Segundo ele, não haverá mais planos isolados.

O representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ivan Wedekin, explicou que as mudanças anunciadas estarão em vigor no segundo semestre. "A exceção são os leilões que serão liberados para a iniciativa privada ainda este mês".

Wedekin, que também participou do seminário, disse que a medida provisória MP que permite a realização de leilões de contratos de opção pela iniciativa privada deve ser assinada nas próximas semanas. "A idéia é liberar ainda em abril o lançamento de leilões para o setor privado", diz Wedekin. A medidas, segundo ele, têm como objetivo atrair capital para o agronegócio e aperfeiçoar a comercialização da safra brasileira, que manterá o ritmo de crescimento nos próximos anos.

De acordo com estimativas da MCM Consultores Associados, em 2005 a safra brasileira de grãos deve alcançar as 135,6 milhões de toneladas, 3,9% mais que em 2004, com destaque para a soja que saltará de 56,9 milhões de toneladas em 2004, para 67,1 milhões em 2005. As exportações brasileiras, que totalizaram R$ 17,3 bilhões em 2003, devem se situar entre R$ 19 e R$ 21 bilhões este ano. "O agronegócio continuará sendo o setor mais dinâmico da economia", diz Celso Toledo, diretor da MCM.

Insumos agrícolas

O crescente aumento na produção da soja, do trigo e do algodão deve sustentar o aumento das vendas de insumos agrícolas no Brasil. A expectativa da Andef – Associação Nacional de Defesa Vegetal , é de que a soja e o algodão sejam as culturas com maior aumento de demanda. "A soja deve crescer de 10% a 15% e o algodão deve registrar aumento de 10% no ano", diz Cristiano Walter Simon, diretor-executivo da Andef.

O presidente do Conselho Administrativo da Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F), Manoel Felix Cintra Neto, disse que o setor do agronegócio é hoje um exemplo do que dá certo no Brasil. Para ele, grandes e pequenas empresas do setor demonstram competência com "know how" e pesquisa. O problema começa a aparecer na área da comercialização. "Não temos a tradição de Chicago, só começamos a negociar na bolsa os produtos em 1994".

Cintra Neto disse setor vem se aprimorando e hoje a BM&F exerce um papel importante junto ao setor contribuindo com novos mecanismos de armazenagem e comercialização. A BM&F defende e contribui para a portabilidade do produto exportado. "O produto estocado bem armazenado é como ouro, atrai financiamento e compradores com facilidade".

Cintra Neto acrescentou que são cada vez mais sólidas as pontes entre o mercado financeiro e o agronegócio. O mercado apenas aguarda a edição da portaria para a criação do CDA agrícola. O presidente do Conselho da BM&F disse ainda que são cada vez mais sólidas as pontes entre o mercado financeiro e o agronegócio. "Com todas as garantias, este certificado facilita a portabilidade do produto que vai passar a ser interessante para os investidores e para os fundos de investimento".

Balança positiva

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem em São Paulo, durante o seminário, que o setor de agribusiness é um segmento onde o Brasil tem uma imensa oportunidade de ser um grande protagonista mundial. Segundo o ministro, o País já é um ator importante no cenário externo, como tradicionais exportadores de trigo, milho e algodão. A soja agora vai acrescentar mais um ativo no mercado externo.

"As previsões são de que a commodity venha a acrescentar cerca de US$ 3 bilhões ao saldo da balança comercial este ano", disse. O ministro também ressaltou a importância do etanol neste cenário. "São grandes as possibilidades de aumento de consumo de etanol no mercado externo", disse.

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